O setor de mineração, muitas vezes visto como uma engrenagem silenciosa da economia, desempenha papel fundamental no desenvolvimento global. Com uma contribuição significativa para o PIB brasileiro — cerca de 4% segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) — e uma produção que alcançou R$ 270,8 bilhões em 2024, a mineração é um setor essencial para a economia e está em um ponto crucial de transformação e inovação. Apesar de seu impacto econômico significativo, e de historicamente oferecer bons pacotes de remuneração e benefícios, o setor não está entre as carreiras mais visadas por profissionais que vão entrar no mercado e as empresas do segmento têm desafios importantes de atração e retenção de talentos.
Uma das principais dificuldades na contratação é a distância entre as plantas de mineração e os grandes centros urbanos. Atrair profissionais de áreas centrais para regiões mais afastadas é um desafio que exige pacotes de benefícios atraentes e remunerações competitivas.
Embora existam posições executivas e administrativas em zonas urbanas, as funções operacionais exigem presença em locais remotos. A falta de infraestrutura nas proximidades das plantas, como assistência médica de qualidade, opções de lazer, segurança e educação para os familiares, também dificulta a atração e retenção de talentos..
A imagem e a reputação do setor
Outro desafio enfrentado pelo setor é a necessidade de reverter a imagem negativa associada aos acidentes ambientais. Nos últimos anos, apesar dos bons salários e das perspectivas consistentes de carreira, muitos talentos migraram para segmentos que transmitem uma imagem mais sustentável e com propósitos mais alinhados aos valores dos profissionais. Para reverter esse cenário, as empresas têm investido em estratégias de employer branding, especialmente na atração de jovens profissionais recém-formados.
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Tecnologia a todo vapor
Assim como em outros setores, a Inteligência Artificial já é realidade na mineração. As automações estão presentes tanto por meio de drones para mapeamento de barragens, como em funções de backoffice para otimizar a rotina financeira. Dessa forma, a aptidão para lidar com novas tecnologias tem sido um requisito frequente em processos seletivos da área.
Novas tarifas e fusões e aquisições
O setor mineral passa por um momento de grandes movimentações econômicas. O número de operações de fusões e aquisições no setor de mineração no Brasil dobrou na primeira metade de 2025 (fonte: KPMG) ante o mesmo período do ano passado, com maior participação de estrangeiras nas operações.Movimentações de M&A requerem atualizações e unificações de sistemas, entre outras adaptações, gerando uma demanda extra durante o período de transição. Para isso, é essencial que haja um planejamento da força de trabalho envolvida nas mudanças.Além disso, o setor mineral está no foco das medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos, que atingem mais de 24% das exportações do segmento. De acordo com o Ibram, o setor teme retaliações tarifárias sobre importações estratégicas de máquinas e equipamentos, como escavadeiras ou caminhões, majoritariamente oriundos dos Estados Unidos, o que pode elevar os custos em US$ 1 bilhão ao ano para as mineradoras brasileiras. Os desdobramentos e impactos das novas tarifas continuarão no radar das instituições do setor ao longo dos próximos meses.
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