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Por Fernando Mantovani

Desde meados dos anos 1990, os Estados Unidos seguem a tradição de celebrar o Employee Appreciation Day, ou Dia da Valorização do Funcionário. A celebração é feita sempre na primeira sexta-feira do mês de março e em 2023, portanto, acontece exatamente hoje.

Nessa data, as empresas americanas dedicam um dia inteiro a ações para reconhecer e agradecer os colaboradores pelas conquistas e contribuições realizadas. No Brasil, e em outros países do mundo, a comemoração dá seus primeiros passos e só posso torcer para que ela cresça cada vez mais, aqui e lá fora.

Poucos gestos são tão significativos e saudáveis em qualquer relação quanto a demonstração explícita de apreço por quem está ao nosso lado, seja na esfera pessoal ou profissional. Com um presente, uma festa, um dia de folga, entre outras inúmeras alternativas, as empresas podem aproveitar a data para frisar a ideia de que seus times são valiosos.

Manter os talentos satisfeitos e "em casa" é fundamental

Em tempos de tanta pressa e pressão, esse cuidado especial faz bem para ambos os lados, empregados e empregadores. Promove descontração, melhora o clima organizacional, aumenta o vínculo entre as pessoas e reafirma o compromisso entre as partes.

Para além dessas vantagens, há o cenário atual do mercado de trabalho. Manter os talentos satisfeitos e “em casa” será um grande desafio ao longo deste ano. De acordo com a última edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), praticamente metade dos empregados entrevistados (49%) cogita mudar de emprego nos próximos meses.

Por que há tantos profissionais interessados em fazer um movimento que requer energia e tempo, e ainda envolve o risco de dar errado?

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Segundo o levantamento do ICRH, há cinco razões principais por trás da intenção de trocar de empresa. A primeira delas, e com grande peso para os profissionais ouvidos no estudo, é obter melhores oportunidades de crescimento (72%). Em segundo lugar está conseguir um salário mais alto (53%). Em seguida, aparece a busca de novos desafios (48%), de benefícios mais atrativos (35%) e de trabalho remoto ou híbrido (33%).

E o que mantém os funcionários mais vinculados a uma organização? O ICRH identificou cinco aspectos fundamentais para a retenção das equipes: remuneração, pacote de benefícios, perspectiva de crescimento, possibilidade de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e bom relacionamento com colegas e pares. Note que as motivações para ficar são, basicamente, as mesmas para sair de um emprego. Ou seja, elas são realmente cruciais para os trabalhadores.

Às empresas cabe a responsabilidade de responder a altura dessas demandas o quanto antes, traduzindo seu apreço pelas equipes em iniciativas concretas. Não basta, é claro, reservar apenas um dia do ano para festejar a dedicação dos colaboradores. O Employee Appreciation Day é a cereja de um bolo que deve ser “servido” o ano inteiro.

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É essencial desenvolver uma estratégia para reter profissionais que seja consistente e sintonizada com o contexto da empresa e do mercado. As boas práticas de retenção envolvem diversas medidas, que permeiam desde o recrutamento até a evolução do colaborador na organização.

 

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Principais pontos a serem observados

- alinhamento de expectativas – desde o processo seletivo é necessário entender quais são os anseios do profissional com relação ao ambiente de trabalho, benefícios, plano de carreira, entre outros aspectos;

- diferenciais da empresa – os profissionais se identificam e admiram empresas que estejam comprometidas com a agenda global, ou seja, que se dedicam verdadeiramente a temas como sustentabilidade e diversidade;

- a força da marca – a credibilidade de uma empresa, a imagem que ela possui junto à opinião pública, pode atrair ou afastar os melhores profissionais. Indicadores de sucesso, como faturamento, market share e ESG, são constantemente avaliados pelos trabalhadores;

- foco na evolução – recursos que contribuem para a adaptação e o crescimento na empresa (como uma boa integração, job rotation e plano de carreira) são fundamentais para motivar e engajar os funcionários.

Em última instância, o preço a se pagar pela falta de reconhecimento dos times é a alta rotatividade. Além do custo financeiro com demissões e admissões, a troca constante de profissionais abate a disposição de quem fica e atrapalha os resultados de empregados e empregadores. Definitivamente, o caminho da valorização é mais positivo e promissor para todos.

*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

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