A contratação de líderes executivos é o desafio mais urgente para as empresas hoje em dia. Fabrice Coudray, diretor administrativo da prática de Executive Search da Robert Half, explora por que encontrar as pessoas certas no topo pode determinar o sucesso ou o fracasso das equipes, empresas e cultura

Imagine a seguinte cena: o executivo que lidera a empresa está procurando um líder sênior para que ele possa administrar um departamento. 

Dois candidatos chegaram à etapa final. Ambos são qualificados para o trabalho e impressionaram a equipe com suas habilidades, conhecimento e experiência. Mas um deles é mais adequado à cultura da empresa do que o outro.

Um é mais firme em sua abordagem, talvez um pouco mais rígido, mas o outro é mais bem relacionado, movido pelo consenso.

Ambos podem entregar os mesmos resultados, mas de maneira diferente. O que importa é qual deles irá modelar os valores e comportamentos da equipe de liderança e do conselho. É uma consideração sutil, mas importante.

A maioria dos líderes e conselhos decidem com cuidado. Se uma equipe executiva coloca as pessoas no centro e acredita que um bom dia envolve conhecer colegas, por exemplo, eles procurarão modelar esse comportamento.

Eles entendem por que valores específicos são importantes e como a cultura é criada e alimentada desde o topo.

Mas uma pergunta que você sempre deve fazer é: vale a pena trabalhar nesta empresa?

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Por que a cultura é o fator mais importante

A resposta a essa pergunta é importante porque o recrutamento de líderes executivos é o maior desafio que as empresas enfrentam hoje. Em um momento em que todos falam em contratar boas pessoas no topo, a importância da cultura do local de trabalho ganha importância ainda maior: uma combinação cuidadosa de liderança e gestão que convoca as pessoas a serem suas melhores versões (em termos de comportamento).

O problema é que alguns líderes e conselhos falam muito sobre valores e comportamentos desejáveis mas nem sempre os seguem. É possível visitar empresas e ver um lema na parede com colegas solicitados a apoiá-lo. Mas como é trabalhar lá, realmente? O que significa quando eles falam sobre “respeitar as pessoas”? Como os líderes interagem com os outros?

Se houver uma lacuna entre os materiais de marketing e a experiência das pessoas, os indivíduos podem passar a desconfiar da liderança.

As pessoas costumam sair de empregos por causa de líderes e gestores ruins. Quando um colaborador se sente infeliz com o trabalho, é muito mais difícil realizar o trabalho de forma satisfatória e isso afeta a empresa como um todo, ainda que indiretamente. 

Digamos que uma empresa tenha um problema em um de seus departamentos, que perdeu mais pessoas do que o normal no ano passado. Pode ser que as pessoas erradas tenham sido recrutadas para a equipe, mas, mais do que provável, pode ser a maneira como o trabalho está sendo executado. O impacto da liderança sobre a equipe é fácil de perceber. 

É claro que a liderança nesse nível pode ser desconfortável e os colegas podem ter dificuldades para executar; mas mesmo assim, a abordagem certa pode mudar o destino de uma empresa. Se as metas comerciais forem muito altas, por exemplo, podem desmotivar e causar estresse; mas se eles são desafiadores e alcançáveis, é mais fácil alcançá-los e ajudar os outros a crescer no processo.

A resposta a esses desafios geralmente se resume à liderança e à cultura.

Alguém para quem vale a pena trabalhar

Quando os executivos-chefes e os conselhos de administração recrutam os líderes seniores certos, eles podem negociar com mais força em períodos econômicos difíceis, motivar as equipes a trabalhar em direção a um objetivo comum e criar uma cultura da qual as pessoas queiram fazer parte; por sua vez, essas condições criam um espaço para que outros cresçam, alcancem seus objetivos e se sintam felizes no trabalho.

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A cultura é difícil de medir, mas fundamental para o sucesso de uma empresa. Ele é criado e curado por aqueles que estão no topo e pode melhorar ou prejudicar o desempenho das equipes. Os principais executivos e conselhos devem, portanto, perguntar a si mesmos, honestamente, se as pessoas querem trabalhar para eles e para os executivos que recrutam. As respostas podem desbloquear a sorte de sua empresa, colegas e, mais importante, sua cultura.