A jornada da mulher no mercado de trabalho está em constante evolução, mas ainda há muitos obstáculos a superar, especialmente quando o tema é a conciliação entre a vida profissional e os desafios da maternidade.
No Robert Half Talks, a advogada, escritora e defensora da liderança feminina Ruth Manus compartilhou reflexões profundas sobre como as mulheres podem lidar com essas questões e como as dinâmicas familiares e profissionais estão mudando.
O desafio de cuidar de si mesma
Ruth destaca a pressão que muitas mulheres enfrentam ao tentar equilibrar suas carreiras com as responsabilidades domésticas e familiares. “Em geral, nem a gente cuida da gente, né?”, afirma. Ela exemplifica com situações comuns, como exames médicos atrasados ou negligenciados, mostrando como as mulheres frequentemente se colocam em segundo plano diante das demandas do trabalho, dos filhos e da casa.
Sua visão sobre autocuidado vai além do senso comum: “Autocuidado não é passar creme”, diz Ruth. Para ela, trata-se de reservar tempo real para cuidar do corpo e da mente e se reconhecer como prioridade. Essa mudança de perspectiva é essencial para romper o ciclo de exaustão e sobrecarga.
A pressão por perfeição e a sobrecarga feminina
Segundo Ruth, muitas mulheres se sentem culpadas por priorizar a si mesmas, reflexo de uma sociedade que ainda espera que sejam multitarefas e incansáveis. “Fomos ensinadas a ser generosas e eficientes, mas não aprendemos sobre autocuidado.” A mudança, segundo ela, passa por uma reconfiguração nas relações familiares e pela participação mais ativa dos homens nas tarefas do dia a dia.
Ela defende que os homens precisam assumir responsabilidades sem esperar instruções: “Se você sabe qual é a hora do jantar das crianças, simplesmente vá para a cozinha e execute.” Pequenos gestos de antecipação fazem uma grande diferença.
A importância do diálogo dentro de casa
Para Ruth, o diálogo é o ponto de partida para transformar dinâmicas familiares. “O primeiro ponto é sempre o diálogo”, afirma. Em vez de esperar o conflito, ela recomenda conversar em momentos tranquilos e até usar a escrita como ferramenta para organizar pensamentos e garantir que todos sejam ouvidos sem interrupções.
Mais do que dividir tarefas, o objetivo é criar um ambiente de corresponsabilidade, onde todos se sintam parte do cuidado familiar.
Desconstruindo a maternidade perfeita
Ruth também desafia o ideal da “mãe perfeita”, alimentado por redes sociais e narrativas romantizadas. Ela questiona o conceito de meritocracia no contexto da maternidade: “Como falar em meritocracia quando temos vidas tão diferentes?”
Ela reforça que não existe um modelo único de maternidade ou de sucesso profissional, e que a comparação com padrões inatingíveis só aumenta a pressão sobre as mulheres.
Liderança feminina e representatividade
Por fim, Ruth chama atenção para a necessidade de exemplos reais de liderança feminina. Muitas mulheres que chegaram ao topo precisaram adotar posturas mais rígidas para sobreviver em ambientes dominados por homens. Agora, no entanto, é tempo de abrir espaço para novos estilos de liderança, mais empáticos, colaborativos e conectados às reais necessidades das mulheres no mercado.
A conversa com Ruth Manus é um convite à reflexão e à ação. Para promover um mercado de trabalho mais justo e saudável para todas, é preciso repensar padrões, redistribuir responsabilidades e abrir espaço para lideranças que respeitem as múltiplas dimensões da mulher. Escute o episódio completo e inspire-se com essa troca potente sobre maternidade, trabalho e transformação.
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