Busque vagas agora Envie seu currículo Como trabalhamos Soluções por projetos Soluções permanentes Como trabalhamos Executive search Finanças e Contabilidade Tecnologia da Informação Vendas e Marketing Jurídico Recursos Humanos Engenharia Tecnologia Risco, Auditoria e Compliance Finanças e Contabilidade Digital, Marketing and Customer Experience Jurídico Operações Recursos Humanos Guia Salarial Índice de Confiança Panorama Setorial Imprensa Podcast Tendências salariais Flexibilidade no trabalho Vantagem competitiva Work/life Balance Inclusão Estou contratando Busco oportunidade Contato

Ep #85 - Economia em 2025: Resiliência ou risco de recessão?

Labor Market Trends Liderança e gestão Podcast Gerenciamento e liderança Vantagem competitiva
A economia brasileira chega a 2025 em meio a um cenário global desafiador, com incertezas políticas e fiscais que impactam o crescimento do país. Apesar das oscilações, a economista Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting e colunista do Globo, avalia que a economia brasileira tem demonstrado resiliência e capacidade de adaptação, embora ainda enfrente barreiras estruturais que limitam seu potencial de crescimento. Zeina participou do Robert Half Talks, onde discutiu esses desafios e oportunidades.

Perspectivas para a economia brasileira

O Brasil inicia o ano sob o impacto de juros elevados, desafios fiscais e um mercado global em transformação. No entanto, Zeina acredita que o pessimismo exagerado pode não refletir a realidade. “O meio do caminho é mais sensato. Eu vejo, às vezes, leituras muito pessimistas em relação ao ano. Claro que tem alta de juros e isso impacta a economia, mas a economia brasileira tende a ter resiliência”, afirma. A política monetária tem sido um fator determinante para a dinâmica econômica do país. Segundo a economista, “quando olhamos para a história recente, os momentos de recessão no Brasil não foram causados apenas pela alta de juros, mas sim por crises externas, erros de política econômica e turbulências políticas”. Assim, mesmo com um cenário de aperto monetário, o mercado interno pode manter um desempenho positivo, especialmente em setores menos dependentes de crédito e mais ligados à dinâmica externa. A taxa de câmbio também desempenha um papel essencial para o setor produtivo, particularmente para exportadores de commodities. O setor agropecuário e a indústria extrativa podem se beneficiar de um dólar valorizado, o que impulsiona a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global.

O impacto do cenário internacional

A economia global também enfrenta um período de incertezas, com o crescimento da China desacelerando, tensões geopolíticas e medidas protecionistas nos Estados Unidos. Zeina destaca que, apesar desses desafios, o Brasil pode encontrar oportunidades. “Temos um setor exportador que ainda apresenta sustentação, mesmo com um cenário de protecionismo e tensões comerciais”. A economista também chama atenção para a importância da previsibilidade econômica para atrair investimentos estrangeiros. Um dos principais fatores que podem limitar o crescimento brasileiro é a instabilidade política e fiscal. “Os investidores não olham apenas para a taxa de juros, mas para o grau de incerteza sobre o futuro econômico do país. Políticas fiscais inconsistentes acabam gerando desconfiança e limitando os investimentos”, ressalta.

Os desafios estruturais do Brasil

Apesar da resiliência do mercado, o Brasil ainda enfrenta entraves estruturais que impedem um crescimento sustentável. Um dos principais problemas apontados por Zeina é a baixa qualidade da educação e a falta de mão de obra qualificada. “A gente fala muito da taxa de juros, mas a questão mais preocupante é a insegurança jurídica e a baixa qualificação da força de trabalho. Isso impacta diretamente a produtividade e o crescimento econômico”, afirma. Outro desafio fundamental está na mobilidade do mercado de trabalho. A economista destaca as grandes diferenças regionais nas taxas de emprego e a dificuldade de trabalhadores se realocarem entre setores e regiões do país. “Temos uma discrepância brutal entre as regiões. No Sul, a taxa de desemprego é inferior a 5%, enquanto no Nordeste chega a quase dois dígitos. E por que essas pessoas não migram? Porque o Brasil tem entraves enormes, como o alto custo da moradia e a falta de infraestrutura adequada para essa mobilidade”. A ausência de uma política pública eficiente para estimular a qualificação profissional e o deslocamento de trabalhadores também prejudica o dinamismo econômico. Setores como construção civil e tecnologia enfrentam escassez de mão de obra, enquanto outros setores tradicionais, como indústria metalúrgica, veem altos índices de desemprego.

Tendências e desafios do mercado de trabalho

O mercado de trabalho brasileiro vem apresentando um comportamento resiliente, apesar dos desafios. “Não estamos vendo demissões em massa como em crises anteriores. Em vez disso, estamos observando um número crescente de profissionais pedindo demissão para buscar melhores oportunidades”, pontua Zeina. Empresas estão tendo que se adaptar a um cenário em que a retenção de talentos se torna um desafio cada vez maior. Para isso, muitas organizações têm investido em capacitação interna e programas de desenvolvimento profissional. Ainda assim, a questão estrutural da educação no Brasil segue como um entrave para um crescimento mais equilibrado e inclusivo. Além disso, Zeina destaca a importância das reformas para garantir um mercado de trabalho mais dinâmico. “Melhoramos um pouco com a reforma trabalhista, mas ainda temos um alto custo de demissão e um sistema engessado que dificulta contratações e impede uma maior mobilidade profissional”.

O caminho para um crescimento sustentável

Diante desse cenário, 2025 se apresenta como um ano de desafios, mas também de oportunidades para o Brasil. O crescimento econômico dependerá não apenas de fatores externos, mas também da capacidade do país em endereçar suas fragilidades estruturais, como a baixa qualificação da mão de obra e a insegurança jurídica para investimentos. Zeina Latif reforça que a resiliência da economia é um fator positivo, mas não suficiente para um crescimento sustentado. “Precisamos de um ambiente mais favorável para o desenvolvimento, com mais previsibilidade econômica e políticas públicas eficazes. Sem isso, continuaremos enfrentando ciclos de crescimento limitado e oportunidades desperdiçadas”. O Brasil está diante de uma encruzilhada: seguir repetindo os mesmos erros ou tomar decisões que permitam um futuro econômico mais próspero e equilibrado
Sobre a Robert Half Saiba como os recrutadores da Robert Half podem ajudar você a construir uma equipe talentosa ou avançar na sua carreira. Operando em mais de 300 locais no mundo inteiro, a Robert Half pode te fornecer assistência onde e quando você precisar. Entre em contato.