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[Música] sejam bem-vindos a mais um episódio do Robert he talks eu sou o Mário Custódio faço parte do time de Executive search da Robert he E hoje nós Recebemos a Zena latif para compor a mesa também o meu colega da Robert hef Leonardo Berto Obrigado Léo Obrigado Mario mais uma vez é um prazer estar aqui com você zeina um prazer dividir esse espaço e te ouvir aqui um pouquinho agora apresentando a nossa convidada para quem não conhece a zeina Latifa economista sócia da Gibraltar consult desde 2013 tem passagens em grande instituições como XP como economista Chef é colunista do Globo e autora do livro nós do Brasil Zena muito bem-vinda é um prazer tê-la aqui conosco no Robert heft talks prazer é meu obrigada bom zein eu eu queria começar esse bate-papo já direto ao ponto falando um pouco de Economia contexto macroeconômico cenário econômico atual e também as influências externas 2025 E aí é um ano pra gente tá otimista pessimista que que você diria pra gente olha acho que o meio do caminho é mais sensato eu vejo às vezes leituras muito pessimistas em relação ao ano Eh claro que tem alta de juros claro que isso tem impacto na na economia mas acho que a economia brasileira tende a ter uma resiliência ainda sabe aliás se a gente for pensar que que é papel né que que para que que serve a política monetária e como ela tem agido no brasil ela não tem ela não tem gerado recessões né o papel da política monetária é muito mais de calibrar o ritmo de crescimento para trazer a inflação para para baixo eh para né convergência para meta quando a gente olha a experiência Nossa os momentos que nós tivemos recessão não era por causa de política monetária contracionista foi porque tinham outras crises acontecendo foi na crise global de 20089 que aliás até teve corte da seric depois eh na recessão do governo Dilma que não era apenas tinham muitíssimos erros e amplos erros de política econômica não era só juros alto e numa crise política Severa a gente viu ali investimento da economia despencar mas era muito associado às consequências dos escândalos de corrupção por exemplo não dá pra gente atribuir toda a queda de investimento que teve ali ao aperto monetário e depois claramente a pandemia outros momentos que a gente teve aperto dos do da dos juros não geraram exato não dá pra gente dizer que foi né geradores de recessão Então acho que é um quadro de resiliência da economia lembrando eh que nós temos também né setores que tendem a sentir menos o impacto dos juros tradicionalmente setores de commod que estão muito mais Associados à dinâmica externa mesmo quando a gente olha no mercado de crédito crédito para pessoa física no geral se mostra mais resiliente também o próprio mercado de trabalho a gente vê demissões em massa quer dizer uma coisa é um mês ou outro a gente ter eh variação negativa no número de ocupados na economia isso é uma coisa mas demissões eh em massa de novo só nesses nesses períodos que eu comentei com você e que tinham outras coisas acontecendo eh então tem tem tem tem setores que são mais blindados tem algumas boas notícias aqui e ali mesmo na parte de investimento com né projetos no pipeline projetos Associados a contratos você não vai derrubar isso você pode desacelerar o investimento mas não exatamente ter um colapso então é esse meio do caminho né em que a gente tem uma economia resiliente Mas é claro eh política monetária funciona ela vai desacelerar a a economia e tem um contexto que é um contexto de incertezas né pros economistas essa questão é muito importante é um tema muito debatido na na na literatura eh muitas vezes a gente vê o mau humor do investidor e não é porque a Celi que é é porque você tem ali graus de incertezas eh em relação à economia a gente tem né um país que que daqui a pouco vai ter eleição de novo eh tem o cenário internacional então esses fatores também tiram força da economia num país que estruturalmente Claro tem muitas restrições para ter elevadas taxas de crescimento Então essas esses soluços claro que né de incertezas de juros é claro que cobram o seu preço perfeito e quando você eh diante de todo esse contexto eh pensando nos setores da economia eh O que que você enxergaria assim como algo que pode ser mais Próspero né para 2025 ou se tem algum setor específico que você vê bom esse talvez sofra mais Impacto ou possa ser mais desafiado né diante das circunstâncias bom bom Claro que tem uma desaceleração que ela acaba impactando os setores Mas como eu disse de forma diferenciada tem essas questões em relação o que que vai ser a o impacto das medidas protecionistas do trump É verdade mas de uma forma geral a gente vê o comércio Mundial muito resiliente então eh eh tem observado ainda né uma uma bons números da China Não não como do passado não vai voltar aquele passado aquele início dos anos 2000 que era o impacto da China entrando no OMC aquilo não vai repetir né que era comércio Mundial crescendo 7% ao ano 88% ao ano mas mas eu vejo ali eh um comércio Mundial que tem né nesse contexto de protecionismo guerra comercial desaceleração na China tudo isso apesar disso com com sustentação então de uma forma geral Claro a história do a é uma história à parte por causa da tarifa do dos Estados Unidos mas de uma forma geral eu vejo um cenário favorável pro setor exportador paraas commodities Lembrando que a taxa de de câmbio não é aquele 630 Ainda bem que não é né porque as consequências seriam terríveis pra economia mas é um dólar que também dá sustentação eh para esse mercado quando a gente pega por exemplo o banco central tem aquele indicador de preços de commodities que ele já faz em Reais pega as nossas os comodes que são relevantes para Brasil pega o valor em dólar Multiplica pelo câmbio o nível assim tem né Idas e Vindas é claro subiu com a com a guerra no pós-pandemia ou na pandemia Depois teve um uma elevação Extra com com a guerra na Ucrânia depois cedeu o fato é que são patamares de elevada sustentação que garantem rentabilidade desses setores Claro cada setor tem a sua história né Não dá para achar que vai todo mundo se comportar da mesma forma no Agro ele é muito sensível à questão de estoques mas de uma forma geral a gente tá falando de sustentação de preços da das comodes em D e em reais e isso obviamente né é garante garante não mas contribui paraa rentabilidade desses setores internamente eh tem sempre a discussão ah setores que são mais sensíveis os juros ao aperto monetário outros são menos sensíveis isso é quase que uma uma obviedade né então assim é claro que a gente tem setores eh bens mais essenciais com tickets menores a às vezes até São ganhadores sabe que a gente observa muitas vezes quando o crédito fica caro é um fenômeno de curto prazo não é um fenômeno de longo prazo mas em que o sujeito vai lá e fala bom eu não vou conseguir comprar um bem durável mais caro um carro alguma coisa mas eu posso me permitir ali né Eh eh outros consumos e a gente trazendo até um pouco aqui da da visão do que a gente acaba experimentando como como Robert he né Eu gostei muito do do da abertura da sua fala quando você faz essa esse você traz essa análise de entender o mercado como uma visão um pouco mais equilibrada se eu puder colocar dessa maneira Porque de fato quando a gente olha pr pra curva do emprego você enxerga essa resiliência né mesmo com os indicadores macroeconômicos e disparando juro futuro taxa de juro etc a gente percebeu ainda a a a taxa de juros a taxa de desemprego eh num movimento de de redução e as empresas aqui localmente brigando por por mão deobra qualificada né a gente tem um indicador Super Interessante dentro do índice de confiança da Robert he que é justamente A análise do profissional qualificado né o corte de 25 anos e e formação superior completa que essa taxa ela despenca de 6,5 para tr 2 2% no sul do país o que também fala um pouco sobre a as ineficiências que a gente tem um pouco do desemprego estrutural combinado com natural você começa a ter essa dinâmica do mercado trazendo muito essa sensação de um mercado aquecido e e gerando muito essa dúvida a gente tava conversando aqui um pouquinho antes de você entrar não tem uma visita uma reunião que a primeira pergunta não seja cara me explica como é que tá o mercado aí você tem o cenário da empresa que tá indo bem que achou uma um um caminho ou que ela tá num segmento que tá em alta ou que lá fora né a matriz enxerga o Brasil como uma oportunidade viável de um investimento por por Qualquer que seja a razão e você tem a outra empresa que não tá indo bem mas que tá perdendo seus talentos para empresas que estão indo bem ele fala cara não tô entendendo eu abro o jornal os indicadores estão não não estão bons eu olho pro meu concorrente ele tá voando eu olho pro meu negócio isso não tá tão bem assim então dá dá muito essa margem de de Interpretação da resiliência eu eu costumo dizer até se você puder falar um pouquinho mais sobre isso eh a a curva do do PIB por exemplo ela crescendo ou ou ou caindo né ela em crescimento ou em redução é ela vai gerar um impacto no mercado de trabalho mas ele não é necessariamente na mesma velocidade né ele não é porque o PIB cresceu que o mercado de trabalho vai crescer não é porque o PIB caiu que o mercado de trabalho vai reduzir né você pudesse falar um pouquinho sobre isso pra gente também sem dúvida Sem dúvida O que a gente nota quer dizer a olhando historicamente o comportamento do número nem vou falar da taxa de desemprego vou falar primeiro do número de pessoas ocupadas é isso Você só tem demissão em massa em situações muito mais adversas mais atípicas do que a gente tá tendo agora se tem alguma outra crise acontecendo aqui eh tem uma coisa que não não chega a ser surpresa quer dizer não é algo que coloca o Brasil numa situação muito diferente mas a gente tem que lembrar o seguinte no Brasil como melhorou com a reforma com as reformas eh trabalhistas mas como o custo de demissão é alto no Brasil muitas vezes Isso significa também limitar a contratação você fala puxa eu uma economia volátil Eu vou contratar só aquilo que é o mais importante agora porque o custo de demissão lá na frente é tão caro tem tanta judicialização eu acho a a minha avaliação é que esse tipo de coisa também acaba contribuindo para esse quadro Vai demitir mas se não contratou tudo lá atrás que queria né Essa é uma coisa a outra coisa você indiretamente quer dizer diretamente já falou mão de obra qualificada sai caro você pensar uma mão de obra qualificada né porque você depois vai ter dificuldade é um capital humano que que vai pode fazer falta o que a gente tem observado hoje no Brasil é um crescimento muito forte de pessoas pedindo para sair na verdade pedindo demissão porque tem um mercado de trabalho aquecido É claro que vai tá associado a pessoas com qualificação então de fato nessa nesse mercado de trabalho apertado esse fator ainda é mais forte então juntando tudo tudo tudo eu acho improvável a gente ter um quadro de de forte de de queda de de aumento do desemprego de novo pode até ter aqui ali né Por uma desaceleração taxa de desemprego só fazer um parentes ela é uma variável melindrosa que ela é Ela é complicada porque você tá medindo as pessoas que não estão ocupadas mas que também estão procurando trabalho tem gente que tá desocupado mas não tá procurando trabalho então isso já já dificulta a análise por exemplo no período da pandemia muita gente saiu do mercado de trabalho era paraa taxa de desemprego ter subido muito mais mas você tem pessoas que simplesmente desistem de procurar trabalho e aí sai da estatística que é uma essa é uma metodologia Universal né não é uma coisa do Brasil eh então tem tem fatores que mexem nessa taxa de desemprego eh mas de qualquer forma no geral o que a gente vê não é de aumento for por causa de ciclo de política monetária por todas essas razões que eu coloquei para você agora tem um ponto que é é uma loucura esse Brasil né quando a gente olha as taxas de desemprego do país o grau de de de discrepância desses indicadores entre os Estados entre as regiões é enorme no Brasil você falou do Sul Pois é s Santa Catarina Rio Grande do Sul Paraná é tudo taxa abaixo de 5% é pleno emprego de verdade assim é não tem né Tá faltando mão de obra e já no Nordeste é quase dois dígitos né é o dobro é o dobro essa discrepância que a gente tem de taxas de desemprego no Brasil Ela é maior do que observada na Europa na zona do Euro é maior significa que no Brasil tem menos mobilidade menos fluxo migratório interno do que na Europa porque a discrepância de fato é muito grande nem preciso dizer que nos Estados Unidos é menor ainda né então isso mostra que tem alguns fatores que dificultam essa essa esse um comportamento mais equalizado da taxa de desemprego no país quer dizer a gente tá num país muito sado o sujeito tá lá desempregado em alguma região do Nordeste e não vem para cá não vem pro sul não vem para regiões do centro-oeste Isso é uma dor de cabeça danada em vários aspectos ponto de vista cultural um país muito eh que que acaba não tendo muita unidade Por Esse aspecto né Eh mas tem regiões do país eu eu assim que às vezes tem empresas que querem ir mas T medo de não de não conseguir mão deobra por exemplo centro-oeste isso tá acontecendo quer fazer investimento mas tem medo de não conseguir mão de obra você fala pô mas tem gente desempregada em outras áreas e tal então Eh claro que quando a gente fala de mão deobra super hiper qualificada é uma uma é uma é uma é uma coisa diferente aqui né Mas se a gente vai falar uma uma uma uma formação ali mediana isso é um problemão então o ideal seria a gente conseguir ter eh políticas públicas que permitissem maior fluxo migratório interno né uma questão eu sei que eu tô saindo do assunto mas só para fechar o que a pesquisa nos Estados Unidos mostra eu acho que faz sentido aqui no Brasil que uma questão chave é a questão da moradia quando a gente olha preço de aluguel no país nas diferentes regiões do país tem muita discrepância então aquele sujeito que tá lá na sua casa eh ele fala pô como é que eu vou sair daqui e ir pro sul lá eu não sei se eu consigo não vou né tem essa insegurança em relação à questão da moradia se nos Estados Unidos isso é relevante e eh uma das razões para taxas de desemprego diferentes entre os Estados imagina no Brasil então assim o Brasil é um país complexo né a gente tem retratos muito diferentes dependendo da região que a gente tá falando e aqui até casando com a com o início da daquela nossa fala hoje A gente tem uma economia que tá crescendo de forma mais sincronizada entre as regiões que é uma boa notícia e com e e ajuda nesse cenário de resiliência da economia porque a gente não tá falando assim ah é um estado ou outro é uma é um setor ou outro que tá puxando hoje a gente tem uma resiliência eh ou tem uma dinâmica favorável que é disseminada entre setores e regiões e a taxa de desemprego caiu no país todo mas ainda assim tem diferenças gritantes Como eu disse entre região n norte nordeste e e e o sul do país Zena vou pegar o gancho de novo da sua fala e porque você citou um pouco do do centroeste e toda essa questão migratória essa discrepância com o Nordeste também você falou um pouquinho aqui de moradia falou um pouquinho da da questão da educação que é é bater num numa tecla que ela já tá gasta né a gente fala muito disso aqui também aqui a gente fala muito sobre educação continuada não só a básica né a gente tem um um problema em todas as frentes na básica na formação superior depois na na especialização na agora também nem vou entrar aqui tanto mas a gente tá vendo todo mundo bater cabeça que que vai ser o mundo com a inteligência artificial tudo mais mas eu quero voltar no no gancho que que você trouxe eh olhando pegando o exemplo do do centro oeste você tem ali uma presença grande do do agronegócio eh você tem a papeleiras você tem polo industrial eh eh farmacêutico e você vê muito essa característica de essa dificuldade você você teve um um início ali com o início da pandemia com com o trabalho remoto das pessoas sendo contratadas em outras regiões para prestar serviço e agora nesse no contexto que a gente tá gravando aqui hoje eh 2025 a gente já vê um uma retomada do trabalho presencial muito grande ou seja extinguindo um pouco do que havia sido uma ferramenta para tentar achar um pouco desse equilíbrio eh e na outra e do outro lado a gente vê muito ali as empresas Ok não dá para ficar reclamando a mão de obra desqualificada eu preciso de gente políticas públicas não não não estão sendo tão eficientes ou etc e a gente vê as empresas Investindo na formação né trazendo programas de Formação interna a gente viu nos últimos 15 20 anos emergir a questão das Universidades corporativas eh mas eu queria voltar para esse lado de políticas que você trouxe além dessa questão migratória ou mesmo eh da de de favorecer a a questão do investimento na educação quais outras estratégias você enxerga que seriam importantes ou o que que estaria ao nosso alcance assim de de curto Médio prazo que que valeria a pena eh a gente trazer para para trazer um pouco mais de força para esse mercado de trabalho tentar equacionar melhor essa discrepância uhum olha Eh nessa questão da da moradia ela é Ela Na verdade assim é é o que eu vou falar na verdade vale para tudo o que nessa literatura tem se discutido é que a os ílios né as dificuldades do ponto de vista dos Marcos eh jurídicos do país faz com que seja caro construir né é caro e muitas vezes você acaba eh tendo eh programas como minha casa minha vida que tão sendo né e eh é uma política que não tá melhorou o desenho mas não tá adequado ainda mas sem dúvida pensando na lógica que o que faz a diferença é um setor privado atuante a gente precisa rever Marcos regulatórios Marcos jurídicos eh eh no país para conseguir baratear a construção civil então por exemplo eh a gente tem vamos pegar a cidade de São Paulo a gente tem vazios urbanos dentro da cidade de São Paulo regiões que não tem gente tem infraestrutura regiões centrais tem infraestrutura e não tem gente por causa da dificuldade da construção eh todos os impíos regulatórios leis e enfim que acabam dificultando isso que eu tô falando na verdade para tudo né a gente precisa de um país que tenha menor insegurança jurídica que tenha Menor complexidade das regras para que a gente consiga mudar de patamar o o nível do investimento de uma forma geral e isso obviamente o eh eh o o esse dinamismo também contribuir pro para esses fluxos porque essa outra questão né eu falei da questão da Mor dia mas uma pessoa para tomar uma decisão de sair eh Ela também tem que ter segurança de renda do outro lado aí num país que cada hora é uma história é um tombo Enfim então você vê que assim a gente a gente fala muito da dos juros elevados no Brasil né claro mas a gente tem algo muito mais preocupante que é a insegurança jurídica em várias frentes que dificultam o crescimento e e com com com né impactos no mercado de trabalho agora é claro né você já já falou né da da coisa da da questão da educação isso obviamente é um fator Central também né a gente tem muita dificuldade de isso não é algo só de Brasil é é algo presente mas eu acho se eu tiver que dar um p eu acho que no Brasil é particularmente difícil que é uma pessoa sair de um setor e para outro né Eh essa essa migração entre setores essa mobilidade entre setores que é uma dinâmica muito importante a gente tem pouco e óbvio que isso tem tá associado à Baixa qualidade da mão de obra porque você tem uma mão deobra eh bem formada eh a pessoa Às vezes não não tem uma uma um determinado Ofício mas ela tem uma base sólida que permite aprender outros ofícios a gente não tem a gente tem pouca Escola Técnica as escolas as escolas técnicas que a gente tem muito voltada para cursos de humanas né quando hoje o mundo é um mundo de discutir o stem né os temas das áreas de ciências exatas biológicas enfim tema das ciências Mas você tá formando gente no ensino técnico muitos deles eh uma formação que não não não dá essa essa essa versatilidade essa capacidade de adaptação com outras funções então quando a gente fala por exemplo da importância do ensino técnico tem essa questão muito importante quer dizer aumentar a oferta de ensino técnico mas também que dê capacidade de discernimento de adaptabilidade do indivíduo a novas realidades Você Vai juntando tudo né a gente tá falando aqui é uma concha de colcha de retalhos aqui eh mas que olhando olhando olhando você vai olhar é falha do Estado falha de política pública nem que seja no sentido de dar mais liberdade pro seor privado empreender sem dúvida e e e eu acho muito muito legal esse ponto da do aproveitamento da mão de obra entre os segmentos porque o que você falou é uma verdade né você tem ali fiz carreira no mercado financeiro e pra economia real ou paraa indústria é um universo complexo e entra segmentos dentro da indústria se uma pessoa com elevada qualificação já tem uma dificuldade imagina para outras carreiras né exato a gente enxerga às vezes no nos grandes grupos às vezes grandes grupos as empresas muito grandes com aquela infraestrutura de de quadro organizacional muito bem definida quadros de liderança muito sólida quadros de uma liderança intermediar que é o que você tá falando com uma qualificação absurda como é no mercado financeiro e ela tem até um pouco mais de facilidade de poder fazer esses testes mas ainda assim quando você olha entre segmentos isso é muito mais restrito que Dirá no naquilo que é o uma parcela relevante super relevante do mercado são as pequenas e médias o o micro a a a pequena empresa a Startup você não consegue você acaba ficando Refém Da qualificação da especialização você é um Varejista eu preciso de alguém do varejo aí começa começa a gente volta lá pro início da nossa conversa exato você sabe que tudo isso no final Às vezes a gente a gente essa é uma crítica assim de de alguns economistas e eu me coloco certamente eh nessa categoria o Estado tem que cuidar de pessoas não de empresas estado tem que tratar de capital humano e aqui a gente tá falhando muito e quando a gente fala capital humano não é só educação é a função primordial do Estado o cara tem que ter segurança saúde educação isso é função primordial do Estado porque daí se a gente se o setor público faz bem esse seu trabalho Se o estado entrega isso né olha o sujeito tem a casa dele tem saneamento ele terceirizou não importa mas a casa dele tem eh eh eh o cara consegue levantar e trabalhar todo dia a saúde dele tá ok se não tiver ele tem para onde ir e ele tem segurança Segurança Pública é disso que a gente tá falando entrega isso o resto com parcerias com boas boas regulações como eu falei Marcos jurídicos eh bem desenhados só privado entra problema é que o estado brasileiro fica querendo resolver coisas e e no final não cuida de nada bem né É verdade que a gente tem um SUS que até funciona na comparação que que do que existe no mundo o SUS até vai bem mas todo o mas muito desigual também depende e mas todo o resto né então o a questão assim tinha que cuidar das pessoas é para isso que tem que servir o estado cuidar das pessoas e deixar o setor privado entrar com boas regulações né do resto Existe algum você Você conhece eu tem algum exemplo de algum país que eh viveu uma situação parecida eh com a nossa ou que dá para trazer algum tipo de analogia e que virou a chave e hoje tá num numa situação bem eh vamos dizer assim ou melhor equacionada vamos dizer assim olha o Brasil é um caso muito único né porque se a gente for pegar a América Espanhola se foi bom se foi ruim o fato é que se dividiu toda né E são países menores e que o menor grau de complexidade às vezes é um fator que ajuda a construir consensos então quando a gente pega os países que conseguiram sair da armadilha da renda média nas últimas décadas né uma coisa é o país rico lá atrás outra coisa país que tinham renda média e conseguiram se tornar países ricos geralmente são países pequenos menos complexos que tinha ali um um um um objetivo comum eh que a sociedade abraçou como por exemplo Portugal na eh na entrada na União Europeia né o o o foco de entrar na União Europeia o Brasil tem uma complexidade enorme se por um lado acho que eh isso poderia ser um potencial para lá na frente a gente ter um país eh uma nação mais sólida né porque afinal a gente sabe como a diversidade ela dá trabalho diversidade dá um trabalho mas traz tanto retorno né nesse mundo tão complexo a diversidade ela é uma vantagem eu torço para que isso seja no Brasil porque nós somos um país com diferenças muito grandes a construção de tudo isso bate lá no con congresso tudo isso bate lá em Brasília a construção de consensos é muito mais difícil né claro que nós temos também um sistema político que complica a vida porque eh eh e a sociedade não está bem representada no Congresso então por exemplo o Bolívar la munier que é aquele cientista político ele há décadas ele fala olha não adianta tem que fazer reforma política se você não faz reforma política fica difícil discutir reformas econômicas com a profundidade e a velocidade que países eh necessita claro que nós economistas a gente sempre prioriza a reforma Econômica Mas ele tem um ponto aqui né Eh se como nós temos um sistema político que não permite uma boa representação da sociedade dessas classes médias vamos dizer assim dessas classes populares e os seus anseios por prosperar por ter serviços públicos de qualidade e tal Eh claro que também essas reformas elas ficam mais dificultadas a gente tem um problema de desenho de sistema político muito grande no país então eu diria para você que experiências tão parecidas com a nossa não tem agora a gente tem histórias de sucesso de países que em alguns aspectos lembram o Brasil e que conseguiram superar problemas importantes né então a gente vê um país por exemplo como a Austrália que tem ali uma uma uma uma um maior zelo do ponto de vista institucional pra condução da política fiscal né Eh tem tem checks and balances que tem pesos e contra eh freios e contrapesos que que funcionam melhor e eles conseguem ter uma uma uma uma um zelo maior aliás essa questão do desequilíbrios fiscais essa coisa toda também né a gente eh eh entra década sai década os avanços muito tímidos né são escolhas que a gente faz como sociedade eh mas tudo isso para dizer que a gente poderia tá eh aprendendo mais com as experiências de outros países para no desenho das nossas políticas públicas tem de novo a gente tem algumas políticas públicas que são boas né mas temos uma dificuldade muito às vezes de replicá-los e de aprimorá-las aí entram várias questões uma delas é é a o fato da gente ter um funcionalismo que tem talentos mas que não tá conseguindo entregar aquilo que deveria né quando a gente fala de reforma administrativa claro que envolve também economia de recursos mas o principal é fazer a máquina pública Nossa funcionar eh então você vê assim são por isso que eu falo da nós né a gente tem eh nós como sociedade mas muitos nós que a gente foi criando e e obviamente a preocupação é que tem tem volta das reformas desde 2016 o Brasil voltou a fazer reformas isso é fantástico isso não é entra Presidente sai Presidente presidentes de perfis diferentes a gente vê reformas acontecendo precisaria ter celeridade né e e e e muita celeridade porque tem muita distorção nas políticas públicas do Brasil eu eu já vou ficar com esse Insight do que você traz da gente ter o poder né das escolhas que a gente como sociedade faz eu fiquei aqui muito com um olhar quando você quando você cita a classe média de de a classe média lá fora usando serviço público a gente aqui contratando serviço e e não é na minha leitura como eu interpreto o que você tá me dizendo o que você tá dizendo pra gente Zina não é só sobre ser público com não mas é eu corro pro exemplo da escola né insatisfação que a gente demonstra E como a gente se posiciona em relação a isso né em relação a a a um desenho de um programa Eh agora mais no final eu fico muito com o insite da execução também que isso a gente vê no ambiente corporativo grandes estratégias grandes ideias grandes modelos de negócio mas com uma execução falha e aí também diversas outras variáveis que já acho que que fala em nome da da Robert he já fica o convite pra gente fazer um outro podcast só falando sobre execução porque é o que você é o exemplo que você traz quando você cita a diferença entre um um um estado Continental Como como o Brasil e outros estados menores com menor complexidade por consequência você vai ter maior apelo pro consenso eh mas se você me permite agora como você tocou nesse ponto de execução Mário tomar essa liberdade aqui de dar uma viradinha na mesa aqui com a zeina eh Uma das coisas que eu acho muito interessante na tua trajetó e a forma como a sua carreira foi construída e e eu te admiro por isso já de outros carnavais você acendeu dentro de um mercado você cresceu dentro de um mercado e e exerceu funções ocupou cargos eh num mercado majoritariamente mas né com uma presença de uma liderança masculina muito forte e num tempo onde a gente não estava falando sobre diversidade e inclusão mulheres na liderança mulheres no poder etc acho que eu tô falando um pouco uma obviedade para usar o seu termo e e e você cresceu nesse mercado ocupou posições de destaque e depois mais interessante ainda você vai desenvolver um programa de diversidade inclusão feminina no trabalho né no mercado de trabalho queria que você falasse um pouco sobre a tua carreira e e e a conexão com esses programas enena porque é uma pauta que a gente eh entende que existe um longo caminho aí pela frente você é uma referência Sem dúvida Olha você sabe que a minha a minha geração esse não era um tema nãoé a gente ia lá e trabalhava e pronto não parava para pensar né eu entrar numa reunião e eu ser a única mulher eu não eu não não era um tema para mim isso né as novas gerações é que trouxeram essa questão de uma forma muito Viva o que é bom né é assim que funciona né Eh tem uma uma economista Cláudia goldin que ela ganhou Nobel por causa da pesquisa eh nessa nessa questão da presença feminina né e faz vários estudos sobre isso e tem um ponto do livro que é muito interessante do como uma como cada geração uma foi passando o bastão paraa outra né nessa questão da presença feminina no mercado de trabalho a inserção da mulher eh se no passado Eram poucas e muitas vezes Apenas porque precisavam de uma renda e como isso se transformou em desejo de carreira não apenas de de subsistência de pagar as contas mas por uma questão de carreira e a gente tá tendo esse avanço então eu sou de uma geração que a gente não discutia muito isso n deisa que eu fii pensando olha é verdade né éramos poucas e tal eh O que eu o que eu percebo eh é que esse funil ele tá se ampliando e isso é muito importante para todos viu para todos eu costumo dizer que nós mulheres a foi o meu caso é o caso pessoas da minha geração a gente precisou fazer sacrifícios para acender na carreira é o hobby que você deixa de ter é a viagem que você deixa de fazer é o tempo que você vai ficar menos com a família e às vezes não fica menos mas enfim eh para muitas isso também significa esse sacrifício o networking que você deixa de fazer porque você tem que voltar para casa para cuidar do seu filho Enfim tudo tudo isso pesa para para uma mulher né E aquele aquele happ hour que você não vai do trabalho porque você precisa voltar para casa e você quer voltar para casa só né você você quer votar tem um filho al é o meu caso tinha um filho me esperando então foi decisão minha não eu vou voltar para casa eu não vou para esse R hour agora não quer dizer que não ir no R hour não tem consequências porque ali decisões são tomadas networking é feito então o que eu quero dizer que o sacrifício pra mulher é maior o sacrifício pessoal é maior e nesse processo muitas acabam desistindo não é porque a profissão é menos importante pra mulher do que pro homem a carreira Mas é porque tem são perfis Diferentes né E aí muitas vezes as mulheres acabam tendo que fazer essa escolha dura né Então vai afunilando né vai afunilando a a carreira dessas mulheres eh hoje que a gente vê esse funil vai ser abrindo e cada vez mais
eh acho que os ganhos disso vão vão aparecendo também começa já ter pesquisas que lugares que tem maior diversidade maior presença feminina vão ser lugares com mais resiliência que podem Eh navegar melhor em momentos difíceis podem ter mais rentabilidade começa a ter começa surgir pesquisa na economia nesse sentido mas o ponto que eu queria colocar é que também tem sacrifício envolvido dos homens Quantos homens não ressentem Porque deixaram de ver seus filhos crescerem porque tiveram que ser Esteio né não se permitiram às vezes procurar um trabalho que era mais era mais agradável porque poderia significar eh menor receita menor renda perdão Então eu acho que nessa maior participação feminina é bom para todos paraa empresa quer dizer é é bom na pessoa jurídica e é bom para pras pessoas individualmente né Eh eu vejo das Gerações mais novas os jovens eles querem poder ter né o prazer de acompanhar o filho de levar no médico de buscar na escola é um tremendo prazer isso então eu vejo com eu vejo como algo positivo e acho eh que tem uma um caminho Grande ainda tem tem um caminho Grande ainda mas eu não tenho um olhar pessimista e uma outra coisa que eu queria colocar para vocês eu sei que que eu vou falar é polêmico mas muitas vezes alguns comportamentos masculinos que as pessoas eh encaram como machismo às vezes não é machismo é o estranhamento então eu chegar numa reunião eu é sou a única mulher e os homens olharem será que é machismo ou é porque é surpresa tem também estranhamento né Tá todo mundo conversando de repente entra uma mulher os homens se retraem e será que pode falar pode falar palavrão pode falar tal coisa eu não sei se isso é eu tem tem alguns comportamentos masculinos que eu não vejo como machistas eu vejo apenas como esse estranhamento então eu eu meu olhar eh ainda mais pensando na dinâmica das novas gerações é um olhar eh mais mais eh construtivo mais né eu vejo também as mulheres
eh não sofrendo tanto aquele funil tão apertado né as mulheres podendo eh atribuir tarefas que eram tradicionalmente femininas os homens participando mais e as mulheres ousando mais também
eh e aqui bom Aqui tem duas coisas né aqui eu tô falando de pessoas da minha faixa de renda claro que é Essa não é a realidade para muitas mulheres das camadas mais populares né Eh que muitas vezes não t nem condições né de de de negociar uma jornada mais flexível no seu trabalho com seus companheiros se é que tem companheiro enfim mas pensando pensando nesse grupo de mulheres que a qual eu perteno eu ve Eu tenho um olhar realmente mais positivo e vejo cada vez mais as empresas às vezes é às vezes é só porque Ah tem que contratar mulher Ah meu Deus tal mas eu realmente vejo são tantas lideranças femininas hoje que não pode ser só para para inglês ver não pode ser não pode ser só uma questão de cartão de visita nós temos mulheres é algo mais concreto eu finalizo aqui essa minha observação na pandemia alguns estudos mostraram que lugares que eram eh administrados por mulheres tiveram maior capacidade de resposta porque mulher tem um olhar periférico mais amplo né equilibra várias coisas ao mesmo tempo e a pandemia com aquela complexidade Ela acabou eh todos aqueles desafios muitas vezes mulheres conseguiram executar melhor do que os homens então assim tem ganhos entendeu acho que todo mundo sai ganhando nessa história bom Nossa é muito legal zeina eu de fato eu acredito eh que as empresas que genuinamente eh entendem o valor da diversidade no trabalho não só disso mas inclusive né as que valorizam índices Altos de engajamento eh não é só para panfletar eh as que entendem genuinamente isso no final tem um Resultado positivo eh tanto paraa empresa quanto para cada para cada indivíduo eh e muito legal aí o o o que você trouxe pra gente e e assim eh a gente poderia ficar aqui horas por horas conversando eho muito agradável aqui o bate-papo e todo o seu conhecimento todas eh os insights que você trouxe aqui pra gente eh mas eu queria encerrar e queria antes de mais nada agradecer em nome da Robert hef sua presença o bate-papo eh zeina eh foi um prazer foi muito legal eh ter tido essa conversa com você agora então queria agradecer muito aí a sua participação no Robert he talks Eu que agradeço foi bem bacana Valeu hoje conversamos sobre perspectivas econômicas gestão de crise e outros temas com a Zena latif eu sou Mário Custódio e espero vocês na próxima edição do Robert he talks este podcast é produzido pela Robert he a consultoria global de soluções em talentos que mais cresce no Brasil venha fazer parte dessa história trabalhar com pessoas e ser o agente da evolução e transformação da vida de profissionais pode ser uma atividade muito além de uma excelente oportunidade de carreira acesse a sessão trabalhe conosco do nosso Website robert.com e veja as vagas disponíveis junte-se a nós [Música]
A economia brasileira chega a 2025 em meio a um cenário global desafiador, com incertezas políticas e fiscais que impactam o crescimento do país. Apesar das oscilações, a economista Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting e colunista do Globo, avalia que a economia brasileira tem demonstrado resiliência e capacidade de adaptação, embora ainda enfrente barreiras estruturais que limitam seu potencial de crescimento. Zeina participou do Robert Half Talks, onde discutiu esses desafios e oportunidades.
Perspectivas para a economia brasileira
O Brasil inicia o ano sob o impacto de juros elevados, desafios fiscais e um mercado global em transformação. No entanto, Zeina acredita que o pessimismo exagerado pode não refletir a realidade. “O meio do caminho é mais sensato. Eu vejo, às vezes, leituras muito pessimistas em relação ao ano. Claro que tem alta de juros e isso impacta a economia, mas a economia brasileira tende a ter resiliência”, afirma.
A política monetária tem sido um fator determinante para a dinâmica econômica do país. Segundo a economista, “quando olhamos para a história recente, os momentos de recessão no Brasil não foram causados apenas pela alta de juros, mas sim por crises externas, erros de política econômica e turbulências políticas”. Assim, mesmo com um cenário de aperto monetário, o mercado interno pode manter um desempenho positivo, especialmente em setores menos dependentes de crédito e mais ligados à dinâmica externa.
A taxa de câmbio também desempenha um papel essencial para o setor produtivo, particularmente para exportadores de commodities. O setor agropecuário e a indústria extrativa podem se beneficiar de um dólar valorizado, o que impulsiona a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global.
O impacto do cenário internacional
A economia global também enfrenta um período de incertezas, com o crescimento da China desacelerando, tensões geopolíticas e medidas protecionistas nos Estados Unidos. Zeina destaca que, apesar desses desafios, o Brasil pode encontrar oportunidades. “Temos um setor exportador que ainda apresenta sustentação, mesmo com um cenário de protecionismo e tensões comerciais”.
A economista também chama atenção para a importância da previsibilidade econômica para atrair investimentos estrangeiros. Um dos principais fatores que podem limitar o crescimento brasileiro é a instabilidade política e fiscal. “Os investidores não olham apenas para a taxa de juros, mas para o grau de incerteza sobre o futuro econômico do país. Políticas fiscais inconsistentes acabam gerando desconfiança e limitando os investimentos”, ressalta.
Os desafios estruturais do Brasil
Apesar da resiliência do mercado, o Brasil ainda enfrenta entraves estruturais que impedem um crescimento sustentável. Um dos principais problemas apontados por Zeina é a baixa qualidade da educação e a falta de mão de obra qualificada. “A gente fala muito da taxa de juros, mas a questão mais preocupante é a insegurança jurídica e a baixa qualificação da força de trabalho. Isso impacta diretamente a produtividade e o crescimento econômico”, afirma.
Outro desafio fundamental está na mobilidade do mercado de trabalho. A economista destaca as grandes diferenças regionais nas taxas de emprego e a dificuldade de trabalhadores se realocarem entre setores e regiões do país. “Temos uma discrepância brutal entre as regiões. No Sul, a taxa de desemprego é inferior a 5%, enquanto no Nordeste chega a quase dois dígitos. E por que essas pessoas não migram? Porque o Brasil tem entraves enormes, como o alto custo da moradia e a falta de infraestrutura adequada para essa mobilidade”.
A ausência de uma política pública eficiente para estimular a qualificação profissional e o deslocamento de trabalhadores também prejudica o dinamismo econômico. Setores como construção civil e tecnologia enfrentam escassez de mão de obra, enquanto outros setores tradicionais, como indústria metalúrgica, veem altos índices de desemprego.
Tendências e desafios do mercado de trabalho
O mercado de trabalho brasileiro vem apresentando um comportamento resiliente, apesar dos desafios. “Não estamos vendo demissões em massa como em crises anteriores. Em vez disso, estamos observando um número crescente de profissionais pedindo demissão para buscar melhores oportunidades”, pontua Zeina.
Empresas estão tendo que se adaptar a um cenário em que a retenção de talentos se torna um desafio cada vez maior. Para isso, muitas organizações têm investido em capacitação interna e programas de desenvolvimento profissional. Ainda assim, a questão estrutural da educação no Brasil segue como um entrave para um crescimento mais equilibrado e inclusivo.
Além disso, Zeina destaca a importância das reformas para garantir um mercado de trabalho mais dinâmico. “Melhoramos um pouco com a reforma trabalhista, mas ainda temos um alto custo de demissão e um sistema engessado que dificulta contratações e impede uma maior mobilidade profissional”.
O caminho para um crescimento sustentável
Diante desse cenário, 2025 se apresenta como um ano de desafios, mas também de oportunidades para o Brasil. O crescimento econômico dependerá não apenas de fatores externos, mas também da capacidade do país em endereçar suas fragilidades estruturais, como a baixa qualificação da mão de obra e a insegurança jurídica para investimentos.
Zeina Latif reforça que a resiliência da economia é um fator positivo, mas não suficiente para um crescimento sustentado. “Precisamos de um ambiente mais favorável para o desenvolvimento, com mais previsibilidade econômica e políticas públicas eficazes. Sem isso, continuaremos enfrentando ciclos de crescimento limitado e oportunidades desperdiçadas”.
O Brasil está diante de uma encruzilhada: seguir repetindo os mesmos erros ou tomar decisões que permitam um futuro econômico mais próspero e equilibrado
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