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Na última década, o avanço acelerado da tecnologia e as mudanças nas expectativas de stakeholders têm transformado profundamente a função financeira. Nesse cenário, o CFO deixou de atuar apenas como guardião de números para se tornar protagonista em decisões estratégicas, inovação e geração de valor sustentável. Foi justamente sobre esse movimento que o podcast Robert Half Talks promoveu uma conversa especial, conduzida pelos consultores Vitor Silva e Alexandre Mendonça, com dois executivos que vivem essa realidade no dia a dia: André Simão, CFO da Brazilian Nickel, e Alexandre Barcelos, CFO da ArcelorMittal. Com trajetórias sólidas e experiências complementares, os executivos trouxeram à tona não apenas reflexões sobre o futuro da liderança financeira, mas também exemplos práticos de como têm atuado para promover a transformação digital em suas organizações. A partir das falas dos convidados, fica claro que a tecnologia, especialmente a inteligência artificial (IA), deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade estratégica.
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Da técnica à estratégia

André Simão sintetiza bem a mudança de paradigma: "Hoje, o CFO é multidisciplinar, mais do que era antes. A gente tem que ter uma boa fundação técnica — isso faz parte do cargo — mas agora somos mais estratégicos em relação ao posicionamento da companhia e à maximização de geração de valor na operação, e não só no balanço." A afirmação revela um movimento que muitos profissionais têm percebido: a cadeira do CFO ganhou complexidade e amplitude. Esse novo perfil exige que o CFO entenda de tecnologia, tenha visão de negócio e saiba traduzir dados financeiros em insights para a tomada de decisão. A atuação deixou de ser de bastidor para ocupar um espaço central no desenho do futuro das empresas. Barcelos reforça essa ideia ao afirmar que "o CFO é chamado praticamente em todas as áreas da empresa", sendo corresponsável não só por indicadores financeiros, mas também pela transformação da cultura e da operação.
"Hoje, o CFO é multidisciplinar. Não basta dominar a técnica: precisamos ser estratégicos, gerar valor e desenhar o futuro da empresa", afirma André Simão, CFO da Brazilian Nickel

Muito além da planilha

Clique para acessar a pesquisa completa Transformar uma área tão tradicional como finanças exige um olhar cuidadoso sobre três pilares clássicos: pessoas, processos e tecnologia. Barcelos destaca que, apesar da sofisticação das soluções digitais, é preciso ir além da empolgação com ferramentas e colocar o problema no centro da análise: "A gente fala que tem que se apaixonar pela dor, não pela solução. Não vem com IA só porque é tendência. Qual é a dor que você está tentando resolver?" Com essa abordagem pragmática, a ArcelorMittal criou uma gerência de Transformação Digital dentro da área financeira há cerca de cinco anos. A ideia foi estruturar iniciativas com foco em ROI claro, escalar processos com eficiência e avaliar continuamente o impacto das novas tecnologias. A governança, nesse caso, é central: "A gente faz a avaliação de retorno de investimento e depois o pós-compliance. O papel aceita tudo, mas na hora de entregar, a gente checa se foi cumprido." Já na Brazilian Nickel, André Simão decidiu desde o início incorporar a tecnologia como parte da cultura. Ao lidar com operações no Brasil, Canadá e Reino Unido, viu na automação e na IA um caminho viável para escalar a equipe e manter a competitividade, sem sobrecarregar os profissionais: "A gente tem uma área que atende três países com dez pessoas, mas, na verdade, a gente tem vinte, porque já desenvolvemos dez agentes de IA que executam tarefas repetitivas." Essa visão mostra que a tecnologia pode ser uma aliada poderosa na busca por produtividade e equilíbrio. "Se a gente quer trazer mais qualidade de vida para o time e ainda manter a empresa competitiva, não tem outro caminho. A solução é tirar processos repetitivos da mão das pessoas e deixá-las focadas em atividades de maior valor intelectual." 
“Não vem com IA só porque é tendência. O ponto central é: qual dor você está tentando resolver?”, provoca Alexandre Barcelos, CFO da ArcelorMittal

IA: ameaça ou oportunidade?

A inteligência artificial, inevitavelmente, levanta discussões sobre o futuro do trabalho. Para Simão, a IA não deve ser encarada como uma substituta dos profissionais, mas como uma ferramenta para alavancar suas capacidades. "A maneira com que eu enxergo IA está muito em linha com o que o Simon Johnson propõe: utilizar a tecnologia para permitir que as pessoas evoluam na escala de conhecimento e valor agregado no trabalho." Em sua organização, esse princípio se traduziu em um plano concreto de capacitação. "A gente trabalha com o RH e universidades como o MIT e Toronto para identificar perfis que podem evoluir, por exemplo, de analista contábil para controller. Se fizer sentido investir na pessoa, a gente investe." Trata-se de um modelo que aposta na responsabilidade digital, como Barcelos complementa: "Assim como temos responsabilidade social e ambiental, temos que ter responsabilidade digital. Não dá para deixar as pessoas para trás." Contudo, os desafios são reais. Simão conta que um dos erros iniciais foi presumir que todos enxergariam a tecnologia com o mesmo entusiasmo: "Meu grau de excitação com o projeto não era o mesmo do time. Houve resistência, medo de perder o emprego, autossabotagem. Tivemos que trabalhar muito com o RH para vender o projeto internamente." Além disso, a governança exige atenção redobrada. "A IA alucina. Se a rede neural estiver mal calibrada, ela pode cometer erros em escala exponencial. A gente precisou criar flags de controle e ter pessoas revisando o trabalho dos robôs." O resultado: mais eficiência, mas também a necessidade de novos cuidados com compliance e segurança.

A nova geração e o futuro das finanças

Tanto Simão quanto Barcelos reconhecem que a nova geração traz habilidades valiosas, como fluência digital e mentalidade colaborativa, mas também exige um novo tipo de liderança. "Hoje, as pessoas querem mais equilíbrio, mais propósito. A gente precisa adaptar a gestão a esse novo perfil, mantendo performance sem abrir mão da qualidade de vida", diz Simão. Barcelos complementa com um ponto fundamental: a leitura de cenário. "Tem gente que está começando a carreira e já entende que precisa estar presente, se mostrar disponível, aprender com os mais experientes. Isso faz diferença. A curiosidade, a proatividade e a vontade de evoluir são decisivas." No fim das contas, o CFO do futuro é um profissional técnico, estratégico, comunicador, gestor de pessoas e, acima de tudo, um agente de transformação. Ele não apenas responde por números, mas constrói caminhos. E, como mostra a conversa entre esses dois líderes, o sucesso está em equilibrar tecnologia com visão humana, sempre com os olhos voltados para a geração de valor sustentável.

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