Dia Mundial da Saúde: como está a saúde da sua equipe?
- O equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida apresentou melhora
- Sobrecarga é a principal queixa de quem sofreram com o desequilíbrio
- As organizações estão atentas ao bem-estar do colaborador, mas ainda há espaço para melhorar
- Agora, burnout é uma questão corporativa
- Atenção aos colaboradores com filhos está no radar de algumas organizações
Tempo estimado de leitura: 4 minutos
Por Fernando Mantovani
Comemorado em 7 de abril, o Dia Mundial da Saúde é uma data de extrema importância para o ambiente corporativo e para a vida em geral. Esta data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da saúde e promover ações para melhorar a qualidade de vida da população em todo o mundo.
No ambiente corporativo, o Dia Mundial da Saúde é uma oportunidade para que as empresas promovam ações de conscientização e cuidados com a saúde de seus funcionários. Afinal, um ambiente de trabalho saudável contribui para a produtividade e o bem-estar dos colaboradores, reduzindo os índices de absenteísmo e de doenças ocupacionais. Além disso, empresas que valorizam a saúde de seus funcionários demonstram responsabilidade social e compromisso com o desenvolvimento sustentável.
Mas a importância do Dia Mundial da Saúde vai além do ambiente corporativo. A data é um lembrete para que todas as pessoas cuidem de sua saúde e adotem hábitos saudáveis em seu dia a dia. A saúde é um bem precioso e deve ser cuidada em todas as fases da vida, desde a infância até a terceira idade.
O equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida apresentou melhora
Na percepção de 42%[1] dos 387 profissionais empregados, o equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida melhorou no último ano. Já 29% declaram que a sensação de desequilíbrio piorou e 28% acreditam que nada mudou no período.
Apesar de a maioria se declarar satisfeita, precisamos manter atenção ao bem-estar do colaborador, seja ele mental, físico ou emocional, como medida preventiva, indo além do Dia Mundial da Saúde.
Normalmente, as doenças causadas por estresse no ambiente de trabalho afetam gradativamente a saúde mental do profissional, podendo chegar a um quadro extremo e perigoso. Conheça os principais agravos relacionados ao ambiente:
Ansiedade
A ansiedade pode prejudicar a capacidade de foco, concentração e memorização do funcionário. Ela normalmente ocorre em áreas extremamente competitivas e instáveis, onde os colaboradores se sentem pressionados a atingir metas altas em curtos prazos.
Depressão
Um ambiente de trabalho abusivo e hostil prejudica a saúde mental dos funcionários, podendo causar um quadro de depressão. Geralmente, os reflexos no trabalho envolvem apatia diante das atividades, cansaço, desmotivação, irritação ou agressividade, baixa concentração e baixa produtividade.
Síndrome de Burnout
Algumas situações no ambiente de trabalho realmente são desafiadoras e deixam equipes inteiras sob pressão. Em níveis aceitáveis isso pode até ser positivo para obtenção de resultados. Entretanto, quando se torna constante, e impede que o colaborador descanse dos sintomas, se transforma em algo extremamente prejudicial.
O resultado é um extremo estado de exaustão que abala as condições físicas, emocionais e mentais da pessoa. O principal motivo disso é a sobrecarga de trabalho, desencadeando crises de ansiedade ou pânico
Sobrecarga é a principal queixa de quem sofreram com o desequilíbrio
Entre os que sentiram piora no desequilíbrio entre vida pessoal e profissional, 66% atribuíram a percepção a cargas de trabalho pesadas. Porém, a pesquisa também mapeou que muitos foram afetados pela pressão para obter resultados, falta de valorização, equipes reduzidas e falta de perspectiva.
Com relação a esses quesitos, vale destacar o desejo dos liderados por uma gestão humanizada e do poder estratégico da contratação de profissionais temporários, inclusive para cargos de média a alta gestão, seja em picos de demanda, projetos com data para início e término ou ausências emergenciais e programadas de profissionais-chave.
Quando bem planejada, esse modelo de contratação não compromete o headcount da área, o que é ótimo para momentos mais desafiadores.
Leia também: O que você precisa, pode ou deve melhorar?
O papel do líder na promoção da saúde mental
Existem diversas maneiras simples e acessíveis que um líder pode adotar para melhorar a saúde mental dos seus liderados. A seguir apresentaremos duas sugestões que você pode adotar. Confira!
Ter um canal ativo de feedback
Permitir um ambiente de feedback é uma ótima estratégia para manter a comunicação clara e objetiva, que auxilie o colaborador a se desenvolver de forma efetiva. Além disso, é fundamental ser empático mostrando os caminhos para quem recebeu a devolutiva.
Incentivar a busca por ajuda profissional
Conte com a ajuda de um profissional de psicologia que permita a avaliação completa da saúde mental de toda a equipe. Com os resultados, é possível mapear os aspectos que influenciam a rotina e o desempenho da empresa.
A partir desse mapeamento, crie estratégias para prevenir os principais sintomas. Existem diversas alternativas. Veja:
- incentivar a atividade física
- meditação direcionada para o mindfulness;
- parcerias com profissionais de yoga;
- sessões de psicologia organizacional;
- técnicas de relaxamento.
Vale ressaltar que essas iniciativas não devem ser isoladas, mas um componente de toda a cultura organizacional.
As organizações estão atentas ao bem-estar do colaborador, mas ainda há espaço para melhorar
Quase 70%[3] dos profissionais entrevistados disseram que as empresas para as quais trabalham adotaram ações para garantir maior equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal.
Entre as iniciativas adotadas, a principal foi permitir maior flexibilidade de horários, seguida de melhor acesso aos benefícios de saúde e bem-estar e manutenção de uma comunicação regular com os colaboradores.
Aliás, recomendo que as organizações revejam seus planos de atração e retenção, se possível, fazendo um mapeamento entre os desejos, as necessidades e as expectativas dos colaboradores que estão dentro de casa. Se você observar de perto, verá muitas diferenças na valorização dos benefícios pré e pós-pandemia.
Agora, burnout é uma questão corporativa
As companhias devem naturalmente se antecipar nas ações de mapeamento, tratamento e prevenção do burnout, tendo em vista que a mente e a mão de obra de um colaborador é o principal bem do negócio.
Somado a isso, é preciso lembrar que o burnout foi classificado pela OMS como um problema de saúde relacionado ao trabalho, incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Ou seja, definitivamente, é uma questão corporativa.
Confira também: Quer sobreviver no trabalho? Chega de improdutividade!
Atenção aos colaboradores com filhos está no radar de algumas organizações
Todos sabemos que o home office no período da pandemia não foi desfrutado da mesma forma por todas as pessoas. Como dizem por aí, estávamos na mesma tempestade, mas cada um tentava comandar um barco diferente.
Algumas organizações mais maduras se mantiveram atentas a essas peculiaridades. Por exemplo, na busca por oferecer maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, 20%[6] dos recrutadores entrevistados declararam que suas organizações ofereceram mais apoio aos pais e mães que trabalham.
Benefícios de investir em ações para melhorar a saúde dos colaboradores
O Dia Mundial da Saúde também vem para lembrar dos benefícios que investir na saúde do colaborador traz aos negócios.
Redução do absenteísmo
Um colaborador saudável que gosta do que faz, sente-se motivado a trabalhar. Manter programas de bem-estar na organização influencia diretamente na motivação e auxilia no cuidado à saúde, mitigando o absenteísmo.
Quanto maior a disposição física, e mais saudável for o colaborador, menores são as chances de ele ficar doente faltar ao trabalho.
Maior produtividade
O principal fator positivo que a promoção de bem-estar corporativo gera no negócio é o aumento da produtividade. Funcionários saudáveis, satisfeitos, felizes, menos estressados produzem mais e melhor.
Vale lembrar que desenvolver programas de bem-estar corporativo, além de trazer benefícios para o colaborador, também promove benefícios diretos para a organização, como o aumento dos lucros.
Redução de acidentes de trabalho
Uma grande parcela dos acidentes de trabalho ocorrem por descuidos dos empregados, seja pela falta de atenção, causada pelo estresse ou por ausência dos cuidados com a sua saúde. Por isso, é fundamental realizar ações de promoção da saúde do colaborador buscando melhorar sua performance, reduzir as possibilidades de falhas e assim prevenir acidentes de trabalhos.
Ainda há muitos desafios a serem superados nesse momento de retomada. Mas é justamente em períodos como esse que as organizações precisam olhar com atenção para o time interno. Quando a aceleração for realmente real, se tem mais recursos para sair à frente da concorrência ou, sendo mais cauteloso, em pé de igualdade.
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*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul