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Por Fernando Mantovani

Em 24 de janeiro é celebrado o Dia Internacional da Educação. Embora ainda seja pouco conhecida, essa data tem um objetivo muito nobre e oportuno: lembrar que o ensino e o aprendizado caminham de mãos dadas com a paz e o desenvolvimento. Nada mais verdadeiro do que essa associação.

Onde escolas e universidades cumprem o seu papel de produzir e distribuir conhecimento, há mais qualidade de vida, bem-estar e prosperidade. E onde essas instituições são escassas, seja em qualidade ou em quantidade, sobram problemas sociais e econômicos, entre eles a falta de profissionais qualificados.​

As vantagens dos programas educacionais para funcionários

Cientes dessa lógica, muitas empresas passaram a investir em programas educacionais para funcionários, em parceria com faculdades, contribuindo para a formação e o aprimoramento técnico e comportamental da mão de obra. Em geral, o objetivo das chamadas universidades corporativas é preencher lacunas que nem sempre são preenchidas durante ou após a graduação.

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Além de estudantes que não conseguem ingressar em uma universidade ou completar o ensino superior por falta de recursos financeiros, há os que concluem o curso sem adquirir uma boa base teórica ou importantes soft skills (como boa comunicação e espírito colaborativo). O resultado disso é negativo para todos: os formandos encontram obstáculos para entrar e evoluir no mercado de trabalho, assim como as organizações deparam-se com dificuldade na hora de contratar.

Todos esses desafios são atacados pelas universidades corporativas. Elas costumam oferecer opções de mensalidade, horários e disciplinas, entre outros aspectos, mais compatíveis com a realidade de quem já tem alguma experiência profissional e trabalha em período integral.

No mercado brasileiro as universidades corporativas fazem muita diferença e devem fazer ainda mais ao longo desse ano, conforme apontam estudos realizados pela Robert Half. De acordo com 80% dos recrutadores entrevistados para o Guia Salarial 2023, está difícil ou muito difícil encontrar profissionais com os requisitos técnicos e comportamentais necessários para o preenchimento das vagas em aberto.

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Esse número não apenas é bastante alto, como apresenta um acréscimo de 3% em relação ao levantamento anterior, feito em setembro. Na percepção de 59% dos profissionais ouvidos, o cenário não deve mudar nos próximos seis meses. E 26% acreditam que a busca ficará ainda mais difícil a partir do segundo semestre.

Para deixar o panorama mais complexo, 22% das empresas entrevistadas para o Guia Salarial afirmam que a intenção de contratar nos próximos meses será mais alta do que atualmente. Hoje, 26% dizem que a intenção é alta ou muito alta.​​

Vantagens da educação corporativa

Nesse contexto, a educação corporativa torna-se uma solução que vai muito além de elevar a quantidade e a qualidade da mão de obra. São muitas vantagens de estruturar e proporcionar uma universidade corporativa aos times, conforme mostro a seguir.

- Atração e retenção de talentos: empresas que investem em educação acadêmica comprovam, na prática, que apoiam o crescimento de seus funcionários, sendo potentes chamarizes de profissionais qualificados.

- Evolução contínua – para os profissionais, trabalhar em uma organização que disponha de universidade corporativa é meio caminho andado para se manter atualizado.

- Alinhamento global: os programas acadêmicos de empresas possibilitam que funcionários de multinacionais tenham acesso a uma mesma bagagem de conhecimento e vivências, evitando disparidades.

- Lideranças com protagonismo: os próprios gestores podem ser preparados para capacitar suas equipes, aumentando a relação de confiança e admiração entre ambas as partes.

- Fortalecimento da cultura organizacional: a universidade corporativa é também um espaço de convivência e troca entre os profissionais e entre os profissionais e os valores e crenças da empresa.

- Estímulo à inovação: um ambiente que valoriza o conhecimento, o ensino e o aprendizado estimula naturalmente a reflexão, o debate e a criatividade, favorecendo ideias e atitudes inovadoras.

Há inúmeras modalidades de educação corporativas, com maior ou menor proximidade, atuação e influência da faculdade parceira. A instituição de ensino escolhida irá guiar a missão de aprimorar o nível de conhecimento dos funcionários sem perder de vista os objetivos e especificidades da companhia que a contratou. Desse encontro, entre academia e empresa, nascem inúmeras possibilidades de transformação e de sucesso para todos os envolvidos nesse tipo de projeto.

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul