Cultura de reconhecimento: empresas planejam reajustar salários em 2024, mas é preciso pensar além 

  1. Cultura de reconhecimento: mais do que recompensar financeiramente
  2. Iniciativas certeiras para atrair e reter talentos
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Por Fernando Mantovani

Um novo ano se aproxima em clima de otimismo. A 16ª edição do Guia Salarial da Robert Half aponta que 55% das empresas brasileiras estão mais confiantes sobre 2024 e 54% planejam abrir novas vagas de trabalho.

Além disso, 88% pretendem reajustar salários a partir de janeiro. Entre as companhias, 38% indicam reajustes baseados na performance dos colaboradores, 33% seguirão a convenção coletiva e 17% devem promover adequações em linha com a inflação. 

Há bons motivos para acreditarmos que essas informações se tornarão realidade. Em sua pesquisa global, as companhias entrevistadas pela Robert Half estimam que terão aumento da demanda por produtos/serviços, melhora da situação econômica, oportunidades de expansão, ampliação do orçamento ou recursos financeiros, além da adoção de novas tecnologias.

No Brasil, surpresas positivas ao longo de 2023 também apontam para um horizonte promissor. A perspectiva de controle de gastos fiscais e taxas de juros em queda são dois aspectos cruciais para que as empresas aumentem seus níveis de investimento. Com isso, a tendência é ocorrer uma redução ainda maior do desemprego, que já gira em torno de 3,5% entre os profissionais qualificados.

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Cultura de reconhecimento: mais do que recompensar

Com ventos favoráveis a um reajuste salarial, devo alertar para a importância de se praticar uma cultura de reconhecimento que vá além da remuneração financeira. Um bom salário faz diferença, sem dúvidas. No entanto, há outras expectativas em jogo entre os profissionais. Dedicar-se a elas é obrigatório para estabelecer estratégias de atração e retenção de talentos bem-sucedidas.

Flexibilidade, qualidade de vida e bem-estar são anseios em alta. Esses fatores estão no topo de prioridades dos trabalhadores e tão cedo não devem deixar esse lugar, o que é uma vantagem para empregados e empregadores. Afinal, saúde física e mental são essenciais para viver e trabalhar bem.

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Outro ponto bastante citado em pesquisas da Robert Half são as oportunidades de crescimento. Um profissional estagnado é potencialmente alguém que já está com um pé fora do barco. Ascender na carreira, aprender habilidades e viver experiências diferentes é algo desejado pela maioria, especialmente os grandes talentos. Quando não encontram isso em um emprego, eles rapidamente buscam outros desafios.​

Iniciativas certeiras para atrair e reter talentos

A seguir, destaco medidas importantes para garantir que os melhores profissionais sejam atraídos para uma organização e permaneçam nela satisfeitos e motivados:

- pacote básico – um ambiente de trabalho saudável e benefícios interessantes podem ser considerados o mínimo a ser oferecido. Cuidar para que esse básico seja bem-feito é indispensável;

- diferenciais – sobretudo para as novas gerações, pertencer a uma organização com sólidos projetos sociais e ambientais conta muito, assim como ter a opção de fazer home office. Muitos candidatos desistem de boas vagas porque não há possibilidade de trabalho remoto;

- reputação – empresas que são amplamente admiradas e reconhecidas seja por seus produtos ou serviços, responsabilidade social, inovação e outros aspectos são as mais disputadas pelos trabalhadores;

- integração – sentir-se acolhido desde o início é algo marcante para quem está chegando em uma empresa. Os novatos devem ser bem recebidos e ter acesso a todas as informações e apoio necessários para desempenhar suas funções com segurança e eficiência;

- job rotation – a rotação de trabalho injeta dinamismo, desafios e aprendizado à carreira profissional. Vale aplicá-lo entre cargos, funções e departamentos. Quanto mais diversificado for esse recurso, mais experiência e conhecimento os funcionários poderão obter.​

Ao lado dessas medidas, vale manter o radar sensível aos movimentos do quadro funcional e às tendências do mercado. Detectar os humores dos times passa por observar, escutar e dialogar constantemente com eles. A partir dessa proximidade, as iniciativas de valorização nascerão destinadas a trazer bons resultados.​