Por Fernando Mantovani

Se eu fosse demitido hoje, não começaria a procurar emprego em menos de duas semanas. Isso não quer dizer que meu salário não é importante ou que eu tenho plena convicção de que não faltam oportunidades para mim, e claro, há casos em que simplesmente o tempo é um inimigo. A questão é outra. Idealmente, eu acredito que esse tempo é importante para que o profissional reflita sobre o que aconteceu antes de voltar a olhar para o mercado.

Em geral, quando o desligamento acontece contra a nossa vontade, nos deixamos envolver por sentimentos pouco positivos, como fracasso, raiva, tristeza e decepção. Então, essa pausa é importante para digerir tudo isso e recuperar o seu melhor estado de espírito. Isso porque, com uma vibração mais positiva, evita-se tomar decisões por impulso ou levar esse turbilhão de sentimentos ruins para a sala de entrevistas.

É claro que, para se dar esse tempo, é preciso ter uma vida pessoal e financeira minimamente estruturada, além de alguma certeza de que possui habilidades técnicas e comportamentais com algum valor para o mercado. Entendo também que, em alguns casos, dependendo do momento em que se encontra, a pessoa precisa aceitar a primeira proposta que aparecer. Mas, se for possível, espere um pouco e reorganize-se.

Às vezes, a demissão é a oportunidade que você precisava para trilhar um caminho profissional diferente e que te fará mais feliz. É possível que o seu sucesso esteja na mudança de segmento, cidade, modelo de trabalho, área ou companhia, por exemplo.

No lugar de se lamentar, estruture ou revise seu plano de carreira e envie currículos a empresas que estejam de acordo com os seus valores, com o cuidado de personalizar o documento de acordo com a vaga disponível.

Aproveite a oportunidade e deixe o desespero de lado!

 *Fernando Mantovani diretor geral da Robert Half para a América do Sul