Por Fernando Mantovani
Soube de um rapaz que perdeu a oportunidade de uma movimentação interessante dentro da companhia onde atuava porque, ao fazer um mapeamento interno, o líder da área detectou que ele era visto pelo grupo como alguém pouco colaborativo e preocupado em executar apenas o que estava dentro das competências do cargo. Não realizava nenhuma tarefa para a qual não fosse devida e formalmente remunerado. Você pode estar se perguntando: “mas e tudo o que ele sabe, não vale nada?”.
Ter experiência, possuir qualificação e gerar resultados são fatores muito importantes para determinar o crescimento de um profissional. Mas, questões comportamentais, como o relacionamento interpessoal, senso de dono e perfil colaborativo, têm sido cada vez mais valorizadas. Partindo desse princípio, além de nos deixar em evidência, a atitude de estender a mão para o colega que está ao lado, tende a nos beneficiar com a possibilidade de aprender atividades diferentes e despertar um sentimento positivo no outro.
A importância da colaboração
É claro que você não precisa se sobrecarregar ou prejudicar a sua rotina para se destacar ou para que a vida do colega seja mais branda. Minha intenção é fazer um alerta sobre a importância dessa colaboração, que muitas vezes pode ser um gesto simples, como uma orientação ou o compartilhamento de uma experiência.
Concordo também que, muitas vezes, não temos tempo. Mas, pense: quanto mais degraus você subir na carreira a tendência é de que menos tempo disponível tenha, então, você precisa encontrar uma forma de viver bem dentro do turbilhão de tarefas existentes.
Neste momento, vale pensar sobre algumas questões. Será que você tem uma rotina produtiva? Há tarefas que poderiam ser delegadas? Qual o grau de confiança em sua equipe, para que você deixe que ela absorva parte de seu trabalho, abrindo tempo para você se dedicar a outras ações? Você tem preparado os seus colaboradores para que estejam aptos a substituir tarefas que você realiza?
Dito isso, procure uma forma de se organizar melhor e otimizar seu tempo dentro da companhia. Dentro de um limite do que é justo, em uma relação equilibrada e de troca, exercite seu espírito de colaboração com os demais.
Lembre-se que fazer mais com menos segue ditando regras dentro das companhias. Além disso, o uso da expressão “não sou pago para isso” tende a refletir um profissional antiquado que não está preocupado em identificar oportunidades de aprendizado.
*Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half para a América do Sul