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Integração academia-empresa está cada vez mais próxima

Academia e mercado sempre viveram em casas separadas no Brasil. A despeito de inúmeros exemplos de sinergia total entre os dois na Europa e, sobretudo, nos Estados Unidos, no Brasil parece haver um pudor, uma espécie de preconceito mútuo, que impede a consolidação de um casamento duradouro. A percepção é de que isso precisa ser superado e que já há luz no fim do túnel.

Carlos Netto, professor e superintendente do Centro de Educação a Distância (CEDaD) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, admitiu em bate-papo do podcast Robert Half Talks que essa relação tem um quê de dialética e um fundo cultural.

“Quando a gente fala de pesquisa ou de uma pós-graduação, isso se torna nebuloso, e as universidades se fecham numa bolha, com receio de perda de autonomia nos estudos. A sociedade sofre com isso. É preciso ter uma experiência prática e também de método, de pesquisa mais avançada”, apontou.

Integrar é essencial, seja na universidade ou dentro do ambiente corporativo

Leonardo Berto, branch manager na Robert Half, concorda. “Tudo no ambiente corporativo era gerido de modo muito compartimentalizado e vertical. A área contábil não conversava com logística, que não conversava com finanças, e assim por diante. A busca por diferencial competitivo fez evoluir de forma natural essas estruturas até se tornarem mais integradas”, completa. Para ele, isso demonstra haver uma avenida de crescimento muito grande para o desenvolvimento empresa-escola, indústria-faculdade ou dos mundos corporativo e acadêmico.

Mestrado e doutorado: são realmente só para acadêmicos?

É interessante observar que o mercado se acomodou ao gap com as universidades. Segundo uma pesquisa de 2017 da consultoria Produtive, 68% dos executivos brasileiros têm um ou mais certificados de MBA, mas apenas 9% têm mestrado ou doutorado, processos acadêmicos de ensejam uma imersão muito mais focada em pesquisa.

“Há luz nesse caminho. Existem empresas que têm visão e promovem campanhas de mestrado e doutorado, como o Banco do Brasil”, afirma Netto. “Isso é um bom exemplo”, diz ele, que, como funcionário do BB pôde desenvolver uma tese de mestrado sobre a comunicação empresa e cliente na internet. “O banco ainda via a internet apenas para transação bancária, e não como conteúdo de qualidade de como investir. Mas isso mudou a minha vida profissional e, dois anos depois, estávamos reformatando o projeto do BB na internet”, revela.

 

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Alternativas interessantes de capacitação para executivos com agendas de trabalho atribuladas

Netto cita ainda o mestrado executivo, que flexibiliza os horários de aula para o final de semana, para adaptá-las à correria do trabalho. O professor lembra também da Apple Academy, que desenvolve projetos dentro das universidades, como o Mackenzie.

“Culturalmente, as empresas enxergam no MBA uma qualidade técnica que é muito valorizada, além do networking. Mas existem grupos que incentivam os mestrados e buscam se diferenciar com projetos que passam pela qualidade de seus processos, o que tem a ver com a revisão dos procedimentos e negócios. A forma como desenvolver estratégias de pesquisa e desenvolvimento para um novo produto ou negócio passa por pesquisa”, pondera Berto.

O mercado prospera quando a academia e o mundo corporativo estão alinhados

Netto pondera apenas que o diploma de pós-graduação não deve servir de escudo dentro da empresa para intimidar outros profissionais. "Essa relação entre universidade e empresa é fundamental para que tenhamos um país com um repertório melhor, com um senso de valor melhor e melhor resultado", afirma.

Se esse casamento der certo, todo mundo ganha.

Se você quiser saber mais sobre o tema, ouça aqui o episódio.

 

Ouça também:

Episódio #1: ESG: como ele impacta na hora de contratar? - com Carlo Pereira e Fernando Mantovani

Episódio #2: Match Perfeito na contratação - com Paul Ferreira, da FDC, e Mário Custódio

Episódio #3: Guia Salarial - com Leonardo Berto e Vitor Silva

Episódio #4: Saúde Mental - com Jackie de Botton, da TSOL, e Maria Sartori

Episódio #5: Transformação Digital nas empresas brasileiras - com Edvalter Becker Holz, do Insper, e Caio Arnaes

Episódio #6: Oficeless: desafio para o RH - com Matheus Fonseca, da Movile, e Lucas Nogueira

Episódio #7: Que venha 2022 - com Vittorio Danesi, da Simpress, e Fernando Mantovani

Episódio #8: Diversidade e Inclusão - Denise Brito, da Sodexo Débora Ribeiro

Episódio #9: Mentiras no Currículo - Amanda Adami e Thiago Zuppo (Robert Half)

Episódio #10: Dia Internacional da Mulher - Flavia Alencastro, Maria Sartori (Robert Half) e Tatiana Monteiro de Barros (UniaoBR) 

Episódio #11: Dia Internacional da Felicidade - Érika Moraes (Robert Half) e Renata Rivetti (Reconnect Happines at Work) 

Episódio #12: Tendências em Benefícios - Marcela Esteves (Robert Half) e Cesário Nakamura (Alelo) 

Episódio #13: Universidades X Mercado de Trabalho - Leo Berto (Robert Half) e Professor Carlos Netto (Mackenzie) 

Robert Half Talks

Lançado em outubro de 2021, o Robert Half Talks está disponível nas principais plataformas de áudio e agregadores de podcasts. Em um bate-papo inteligente e descontraído entre headhunters da companhia e grandes nomes do mercado, o Robert Half Talks será uma atração quinzenal, com o objetivo de levar aos ouvintes discussões relevantes sobre o futuro do trabalho e dicas de como se adaptar a um mundo em constante transformação.

Mais informações sobre o Robert Half Talks você confere em: Podcast: Robert Half Talks | Robert Half