Enfrentar o Medo e Desenvolver a Coragem no Ambiente Corporativo

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O medo é uma sensação universal. Quem não teme nada que atire a primeira pedra. Medo de mudar, de aprender, de crescer, de se arriscar, de falhar. A lista do que nos assusta é imensa e se modifica ao longo da vida. Andar de bicicleta era fácil na infância, mas pode ser motivo de receio na velhice. Assim como falar em público podia ser assustador na juventude e se tornar um prazer na maturidade.

O medo tem muitas facetas e ninguém está livre dele. Ao mesmo tempo em que serve de alerta para situações de perigo e convoca a nossa cautela, ele também nos lembra da importância de investir na coragem para enfrentá-lo.

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O Medo no Ambiente Corporativo

O universo corporativo é um dos campeões de momentos assustadores. Uma apresentação para um público considerável, um prazo apertado, uma promoção, uma nova tecnologia, uma mudança de empresa e o risco de demissão são alguns deles. Quem trabalha, sabe: dificilmente encerramos o expediente sem ter experimentado algum tipo de receio ou frio na barriga ao longo do dia.

O desafio de lidar com pressão, expectativas, divergências e conflitos nas organizações é complicado e, sim, pode se tornar insalubre se não for devidamente administrado. Não raramente alguns profissionais trocam de empresas várias vezes até descobrir que o problema não era o lugar, o chefe ou os colegas, mas a ansiedade inerente ao ato de trabalhar.

Como Enfrentar o Medo

Para se manter profissionalmente relevante e atualizado, é imprescindível crescer e melhorar continuamente. O mundo muda, nossa área de trabalho e empresa também. Alguém que seja guiado pelo medo, irá evitar o desconhecido e as mudanças. Infelizmente, esse é o caminho mais curto para perder oportunidades ou ser surpreendido por uma demissão.

Especialistas em autodesenvolvimento apontam uma trilha que envolve quatro etapas:

  1. Zona de conforto, onde nos sentimos em segurança, até que surja algo inesperado;
  2. Zona do medo, na qual tendemos a ficar paralisados ou pensar em alternativas;
  3. Zona de aprendizado, onde nos propomos a obter ferramentas para atingir a quarta zona;
  4. Zona de crescimento, onde podemos utilizar nossos potenciais para mudar e evoluir.

Nas zonas 3 e 4, é interessante recorrer a treinamentos, mentoria, livros especializados, boas conversas, psicoterapia, entre outros recursos que apoiem uma mudança.

O Papel das Lideranças

As lideranças são importantes coadjuvantes na jornada de crescimento dos times. Um bom ponto de partida é realizar uma avaliação de desempenho, para mapear onde o profissional está em termos de bagagem técnica e comportamental. A partir dessa compreensão é possível estabelecer uma estratégia de evolução.

Algumas medidas valiosas para atingir esse objetivo incluem:

  • Proximidade: Ter momentos reservados com cada integrante da equipe, visando conhecer melhor seus pontos fortes e fracos.
  • Aprendizado: Estimular os funcionários a aprenderem continuamente, com cursos, verbas e oportunidades como job rotation.
  • Comunicação: Mostrar o papel de cada integrante da equipe, enfatizando as expectativas e comemorando as conquistas.
  • Interação: Promover trocas de conhecimento entre os membros do time e com outros departamentos para estreitar vínculos e ampliar a visão organizacional.

Conclusão

Há inúmeras receitas para encarar o medo e agir. O principal é descobrir que estratégia é mais adequada ao seu perfil e adotar uma atitude positiva frente a esse sentimento tão difícil. As empresas e lideranças podem ser grandes parceiras nessa jornada, mas o protagonismo é seu.

Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul