A geração Z é formada pelos jovens nascidos entre 1995 e 2010, ou seja, trata-se da primeira geração a ter contato com o meio digital desde que nasceu, de modo que não precisou se adaptar a essa tecnologia para ingressar no mercado de trabalho, como as gerações anteriores.
Por conta disso, esses jovens também são conhecidos como nativos digitais. A proximidade com a tecnologia impôs uma série de características comuns a esse público, cujos representantes nascidos na década de 90 já estão inseridos no mercado de trabalho.
Pode-se dizer que, de forma geral, os jovens da geração Z são imediatistas — pois antecipam e simplificam muito as coisas —, possuem uma compreensão tecnológica apurada, são abertos às novas tecnologias e capazes de raciocinar de forma rápida.
Tais qualidades são extremamente positivas no mundo corporativo e dificilmente encontradas na geração X e na geração Y, sendo essa última formada por profissionais com o perfil mais próximo aos dos nativos digitais, mas com as características mencionadas menos acentuadas.
Convém mencionar que esses mesmos atributos acabam gerando certa impaciência nos jovens da geração Z, de modo que uma rotina frequente atrelada a processos burocráticos pode ser desanimadora para eles.
Geralmente, esse grupo é formado por autodidatas — há vários exemplos de jovens que aprenderam novos idiomas jogando videogame, ouvindo música e assistindo a filmes estrangeiros — e profissionais multitarefas, visto que sempre estiveram conectados a diferentes dispositivos simultaneamente, como celular e TV.
Como você pode perceber, esse perfil profissional tem muito a oferecer às empresas, entretanto, é preciso compreender profundamente os desafios que esse grupo enfrenta e quais as suas necessidades, a fim de atrair e retê-los. Se você deseja saber mais sobre o assunto, vem com a gente, pois o artigo de hoje se dedica exclusivamente a esse assunto. Boa leitura!
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Cenário desafiador
A entrada da geração Z no mercado de trabalho coincidiu com um período de grave crise no cenário nacional, fortemente impactada pelo ambiente político e os diversos casos de corrupção.
Apesar de ter características comportamentais muito positivas, essa geração é considerada pessimista, principalmente em relação aos cenários macroeconômico, político e profissional, pois teve que lidar com a frustração de, após anos de dedicação à capacitação acadêmica, não obter o retorno desejado.
É uma geração que precisou aprender a enfrentar um mercado de trabalho com escassez de emprego e baixa perspectiva de carreira profissional no curto prazo. Isso fez com que muitos jovens profissionais de alta performance buscassem programas internacionais de desenvolvimento de carreira ou até mesmo subempregos em países mais desenvolvidos, gerando uma grave perda de potenciais profissionais no mercado de trabalho brasileiro.
Exigências do mercado
Nesse ambiente, a exigência sobre a geração Z é alta e é difícil ir contra isso, principalmente em um mercado extremamente competitivo e sedento por profissionais de alta performance.
Cabe a esses jovens a busca por diferenciais. Entre eles uma boa formação — faculdades ditas de primeira linha saltam aos olhos dos recrutadores — e a fluência em um segundo idioma.
Além disso, os jovens que fazem o uso de redes sociais, como o LinkedIn, para evidenciar as suas qualificações e saber exatamente o que as empresas exigem dos profissionais que atuam na área de interesse conseguem se destacar perante a concorrência e obter grandes oportunidades.
O que a geração Z busca
Os jovens que formam a geração Z buscam por empresas que ofereçam flexibilidade. Companhias “engessadas” não funcionam para esse público, uma vez que eles buscam por empresas que priorizam o resultado/entrega, independentemente do horário de chegada e saída e da presença no escritório ou da escolha por fazer home office.
Esse grupo também valoriza a gestão horizontal, na qual é possível levar ideias diretamente aos cargos mais altos da hierarquia. Vale mencionar também que problemas com gestão de pessoas frequentemente levam esses profissionais a procurarem outro emprego.
Por fim, mas não menos importante, a geração Z busca por empresas éticas, tanto do ponto de vista sociocultural quanto ambiental. É uma geração que vivenciou a corrupção na esfera pública de uma maneira muito forte e até por isso costuma estar engajada em alguma causa.
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Ações para atrair e reter profissionais que pertencem à geração Z
Como os jovens da geração Z estão ingressando agora no mercado de trabalho, muitos recrutadores ainda não sabem quais estratégias adotar para atrair e reter esse público. Se esse é o seu caso, confira, a seguir, algumas dicas que irão ajudá-lo nessa tarefa.
Comunique-se pelas redes sociais
As mídias sociais são o principal canal de comunicação da geração Z. Nesse sentido, uma boa estratégia para recrutar esses jovens é divulgar as vagas nos perfis oficiais da empresa no Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn, por exemplo.
Ofereça autonomia
De acordo com matéria publicada na Forbes, uma das principais características da geração Z é o perfil empreendedor, não pela dificuldade em ingressar no mercado de trabalho, mas sim por conta da autonomia que o empreendedorismo oferece. Sendo assim, se você deseja recrutar esses jovens, é preciso criar vagas que ofereçam maior liberdade para o profissional exercer suas atividades e organizar local e horário de trabalho.
Incentive causas sociais, culturais e ambientais
De acordo com a pesquisa “Juventude e Democracia na América Latina”, encomendado pela organização filantrópica global Luminate, a maior parte dos jovens entrevistados valorizam a política, não se sentem representados pelos políticos, preferem se engajar em causas concretas e não em partidos políticos e se manifestam e se informam por meio das redes sociais e canais de influencers digitais.
Desse modo, trata-se de uma juventude antenada politicamente e que materializa a sua participação política a partir da adesão a determinadas causas sociais, culturais e ambientais. Portanto, se você deseja atrair esse público, incentive a criação de projetos nessas áreas e divulgue os resultados nos canais oficiais da empresa. Assim, esses jovens profissionais se identificarão com os valores da organização e desejarão ingressar nelas.
Tecnologia como aliada no processo de recrutamento e seleção
Para atrair e reter os chamados nativos digitais, nada mais efetivo do que incluir recursos tecnológicos ao processo de recrutamento e seleção. Atualmente, é possível realizar entrevistas a distância, dinâmicas em grupo a partir de plataformas de gamificação e seleção de currículos a partir do cruzamento do perfil do candidato com o perfil que a empresa procura, tudo automaticamente por meio de softwares de gestão.
Assim, você otimiza o processo de recrutamento e seleção, e transmite a imagem de uma empresa que acompanha as principais tendências tecnológicas, o que contribuirá para a identificação do candidato com a cultura organizacional da empresa.
Além disso, a tecnologia pode permanecer sendo utilizada no dia a dia de trabalho, como colaborações online para ajudar no engajamento do time, plataformas de home office, reuniões a partir de videoconferência, dentre outras possibilidades.
Como você pôde observar, a geração Z possui muitas qualidades que podem contribuir para o sucesso dos negócios, contudo, para atrair e reter esses jovens talentos, é preciso compreender os desafios e necessidades que eles encontram no mercado de trabalho. Se restou alguma dúvida sobre o assunto ou você deseje compartilhar sua opinião a respeito do tema, sinta-se à vontade em deixá-las nos comentários.