Por Fernando Mantovani

Se você integra o grupo de pessoas que teme o futuro do trabalho, ofereço três conselhos: atualize-se sobre os movimentos da sua área de atuação; qualifique-se; e treine sua capacidade de adaptação às mudanças. Tenha em mente que, independentemente do que venha pela frente, pouco a pouco as tarefas, principalmente as mais operacionais, vão sofrer transformações influenciadas pelos avanços da tecnologia - e isso não tem volta.

No meu entender, nos próximos anos não teremos rupturas tão drásticas quanto a queda no uso das máquinas fotográfica ou de escrever. O que vejo e acompanho são movimentos claros de aperfeiçoamento de umas profissões e o surgimento de outras, com impactos negativos na empregabilidade dos profissionais que não se atualizam.

Para acompanhar esse movimento, sugiro que, de imediato, você treine ou desenvolva cinco habilidades:

#1 - Autoconhecimento

O profissional que se conhece tem mais facilidade para identificar os caminhos que deve seguir e compreende melhor o outro. Isso facilita muito o trabalho em equipe. Você pode começar a desenvolver o autoconhecimento abrindo-se para o recebimento de feedbacks.

#2 - Autocrítica

Há algumas semanas, comentei em outro artigo que, em geral, nossa percepção sobre nós mesmos tende a ser favorável se comparado a forma como outras pessoas nos percebem. Então, faça um cruzamento sincero entre as qualificações que você possui e as que são valorizadas pelo mercado. Busque conhecimento em palestras ou cursos, sejam presenciais ou à distância.

#3 - Autogestão

Tem crescido o número de empresas que optam por uma estrutura menos hierarquizadas, mais colaborativa e com adesão ao home office, o tão sonhado trabalho fora dos escritórios tradicionais. Mas, você só conseguirá se adaptar a liberdade desses modelos de trabalho se for capaz de controlar seus horários, sua produtividade e seu desempenho longe dos olhos de um líder.

#4 - Pensamentos crítico e analítico

Procure sempre avaliar as situações como um todo, ou seja, ter a famosa visão 360 graus. Para isso, diante de situações desafiadoras ou importantes, crie o hábito de ser racional, compreendendo o cenário com imparcialidade e considerando dados e fatos, além das necessidades de todos os envolvidos.

#5 - Inteligência emocional

Já falei e vou repetir outra vez: é sempre mais inteligente tomar decisões com a cabeça e não com o estômago. Para isso, você deve desenvolver sua inteligência emocional, colocando-se no lugar do outro, de maneira empática, e dominando os próprios sentimentos. Sugiro começar pelo hábito de refletir antes de reagir e, quando necessário, evite pessoas, situações ou pensamentos que te remetem ao negativismo.

O futuro do trabalho já chegou e os líderes seguem com o desafio prioritário de encontrar colaboradores que se adequem às necessidades do negócio. Então, mantenha a empregabilidade focando em ser um profissional atrativo para o mercado e não apenas para a empresa na qual atua hoje.

*Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half para a América do Sul