Boreout x Burnout: você sabe a diferença?
- O que é síndrome de burnout?
- O que causa a síndrome de burnout?
- Quais são os sintomas da síndrome de burnout?
- O que é síndrome de boreout?
- O que causa a síndrome de boreout?
- Quais são os sintomas da síndrome de boreout?
- Como é possível lidar com cada uma dessas síndromes?
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O dia a dia de trabalho pode ter reações bem opostas nos trabalhadores. Além da conhecida síndrome de burnout, há também outro problema que exige a sua atenção: o boreout. Como a nomenclatura é semelhante a algumas pessoas podem ficar em dúvida se são a mesma coisa: burnout e boreout.
A síndrome de burnout já é pauta há muitos anos em diversos segmentos que estudam a saúde mental, já que é responsável pela perda de muitos talentos e a quebra de processos produtivos. Ela geralmente ocorre quando o profissional é sobrecarregado de estresse e sua saúde acaba sofrendo com isso.
No entanto, existe outro problema do qual você talvez nunca tenha ouvido falar. Trata-se da síndrome de boreout, que fica no lado oposto do espectro em que se localiza o burnout. Ou seja, é outra preocupação que faz parte do cotidiano de muitos trabalhadores.
Quer aprender mais sobre burnout e boreout? Então, fique de olho nas informações a seguir.
O que é síndrome de burnout?
A síndrome de burnout é o resultado do impacto psicológico altamente negativo sobre uma pessoa. Isso faz com que ela comece a desenvolver sintomas físicos em relação a um ambiente de trabalho hostil, estressante e que a sobrecarrega.
O problema é tão sério que foi a partir de 2022 que a OMS passou a considerar a síndrome de burnout uma condição ocupacional e foi incluída no CID — classificação internacional de doenças. Isso significa que um funcionário identificado com essa síndrome tem os seus direitos trabalhistas assegurados.
No entanto, mesmo sendo reconhecida pelo CID, o aspecto mais perigoso da síndrome de burnout é ela não receber a devida atenção. Sentir-se estressado com frequência em decorrência do trabalho não é algo que deva fazer parte da rotina, podendo muito bem se tratar de um quadro clínico.
Além disso, como qualquer outro problema psicológico, trata-se de uma questão que se torna séria quando a pessoa deixa de fazer as suas atividades do dia a dia por conta dela. Ou seja, os sintomas se tornam tão intensos que ela não quer sair de casa ou até mesmo da cama.
O que causa a síndrome de burnout?
O burnout está sempre relacionado ao trabalho e pode ocorrer por diferentes motivos, como o excesso de demandas, cobranças fora da realidade do trabalhador, condições inadequadas de trabalho, falta de material para executar as funções ou, até mesmo, perseguições.
Tudo isso, pode agravar a condição do trabalhador que perderá o equilíbrio da sua vida profissional e, diante da ausência de reconhecimento pelo serviço que foi prestado e da pressão psicológica, acaba entrando em um processo depressivo relacionado diretamente com o trabalho.
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Quais são os sintomas da síndrome de burnout?
É muito importante que não só os colaboradores fiquem atentos aos sintomas do burnout, como também os gestores e líderes. Veja abaixo quais são os sintomas mais comuns da síndrome de burnout.
- cansaço físico e mental: o profissional se sente cansado com frequência, afinal mesmo em momentos de descanso, ele está pensando no trabalho;
- dores de cabeça frequentes: a preocupação constante pode gerar dores de cabeça, ou mesmo a falta de autocuidado pode trazer sintomas como esse. Por exemplo, se o colaborador fica sem beber água por muito tempo, a dor de cabeça virá;
- insônia: o excesso de trabalho pode gerar insônia, pois o funcionário não consegue parar de pensar em suas demandas;
- dificuldades para se concentrar: por mais que ele queira concentrar, o cansaço é tanto que sua mente não foca no que é realmente necessário;
- sentimentos de fracasso e incompetência: quando o trabalho ocorre de maneira intensa e não é reconhecido, o colaborador poderá se sentir fracassado;
- alterações no apetite: quando estamos preocupados geralmente não nos alimentamos bem, podendo partir para os dois extremos, ou comemos demais ou esquecemos de nos alimentar;
- problemas gastrointestinais: é comum que pessoas as quais passam por preocupações em excesso, também sintam os problemas gastrointestinais que aparecem devido ao estresse;
- pressão alta: quando estamos tensos, todo o nosso corpo sente, inclusive a nossa pressão;
- alteração nos batimentos cardíacos: por diversas vezes no dia a dia quando o profissional se lembra do trabalho os batimentos cardíacos aceleram, como se algo ameaçador estivesse se aproximando;
- alterações repentinas de humor: o trabalho em excesso pode causar estresse extremo no profissional, assim em momentos muito aleatórios o humor pode alterar, justamente por se lembrar das demandas que terá que realizar ou dos problemas que terá que encarar.
O que é síndrome de boreout?
Em uma análise rápida, podemos dizer que a síndrome de boreout é exatamente o oposto do burnout. Ela acontece quando o profissional sente tédio ou apatia por suas atividades, o que geralmente ocorre por não se sentir estimulado pelo seu trabalho ou simplesmente não ter o que fazer.
O nome é derivado de "boring", que quer dizer algo entediante. Desde 2007, esse problema é considerado uma síndrome que exige atenção, afinal isso não é algo bom nem para o trabalhador e nem para o empregador, pois todos estarão à mercê de uma falta de motivação que gerará prejuízos para a saúde do funcionário e da empresa.
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O que causa a síndrome de boreout?
O boreout acontece devido ao desinteresse pelo trabalho, pela falta de propósito e de oportunidade de realização profissional do colaborador. Esses efeitos negativos provêm das exigências baixas e da permanência do profissional em sua zona de conforto.
Esse problema costuma ocorrer em lugares sem uma divisão de demandas bem pensada. É por isso que a prática organizacional deve considerar as capacidades de cada profissional e ter o hábito de estimular essas pessoas cada vez mais. Senão, há o risco de surgir uma situação de boreout.
Quais são os sintomas da síndrome de boreout?
- estresse: a insegurança gerada pelo trabalho ou mesmo o acúmulo de tarefas em decorrência da procrastinação pode deixar o colaborador mais estressado;
- depressão: o colaborador por se sentir sem função ou não reconhecido pode entrar em um processo depressivo;
- dificuldade de concentração: por falta de estímulo manter o foco em determinadas atividades pode ser algo muito difícil;
- ansiedade: a procrastinação pode gerar uma ansiedade em torno daquele trabalho que deveria ter sido feito e não foi;
- falta de motivação: a falta de motivação pode ser um dos primeiros sintomas, e a partir dela os seguintes vão aparecendo e se agravando cada vez mais.
Como é possível lidar com cada uma dessas síndromes?
Problemas como o burnout e o boreout exigem atenção das pessoas para que não se agravem e prejudiquem múltiplas áreas da vida. Além disso, a empresa tem um papel fundamental em fomentar um ambiente capaz de minimizar as chances do desenvolvimento dessas síndromes entre as suas equipes.
Confira a seguir quais são as principais maneiras de lidar com as síndromes de burnout e boreout.
Escuta das suas equipes
É comum que reflexos como síndromes de burnout e de boreout venham de problemas da empresa que são rotineiramente sinalizados pelas equipes. Basta contar com alguém que possa ouvir essas pessoas e implementar ações corretivas.
Para isso, é fundamental que os seus funcionários entendam que existe uma via de comunicação com a chefia da empresa. Além disso, e tão importante quanto, é necessário que enxerguem ações efetivas sendo implementadas a partir de suas reivindicações.
Isso também permitirá que os seus profissionais se sintam mais integrados à empresa e ao que ela representa.
Aprimoramento dos processos internos
Tanto a síndrome de burnout quanto a de boreout resultam de problemas sistêmicos na empresa que estão relacionados à qualidade de seus processos. Ou seja, é fundamental olhar para dentro e identificar melhorias importantes que precisam ser implementadas.
Por exemplo, os profissionais podem estar sofrendo de burnout devido a um acúmulo de atividades que excede a capacidade deles. Ou seja, trata-se de uma falha grave na delegação de tarefas. Não saber administrar demandas também pode ocasionar um quadro de boreout.
Dessa forma, é fundamental eliminar possíveis gargalos de produtividade que estejam sobrecarregando suas equipes ou não aproveitando seus talentos adequadamente. Senão, a empresa tende a sofrer para manter seus funcionários.
Atenção particular a cada funcionário
É preciso que a empresa olhe mais para os seus funcionários de maneira próxima. Um tratamento impessoal tende a afastar cada vez mais as pessoas, além de contribuir para o desenvolvimento de problemas como as síndromes de burnout e boreout.
Para isso, experimente planejar ações de integração e relacionamento com as suas equipes. Permita que as pessoas se sintam parte da organização além do vínculo empregatício, enxergando o local onde trabalham como uma segunda casa.
É claro que esses esforços precisam vir acompanhados de ações que atendam às necessidades desse público de forma efetiva. Senão, serão encarados como movimentos vazios.
Assistência psicológica na empresa
Também é fundamental que a empresa lide de forma direta com a possibilidade de síndromes de burnout e boreout entre as suas equipes. Para isso, é necessário contar com a ajuda de profissionais qualificados para preveni-los e tratá-los.
Esse é o caso de fornecer acesso a um profissional de psicologia ou psiquiatria para as suas equipes. O principal objetivo deve ser o de oferecer um espaço seguro para que as pessoas possam obter a orientação necessária caso estejam desenvolvendo esses problemas.
Tal movimento também será fundamental para que os seus funcionários possam receber orientações a respeito de outros problemas psicológicos que estejam desenvolvendo.
Como você viu no artigo, as síndromes de burnout e boreout são uma realidade no ambiente corporativo. Então, resta às empresas contar com as ações necessárias para prevenir esses problemas e também remediá-los, caso surjam. Isso requer um compromisso com ações efetivas dedicadas à qualidade de vida de suas equipes.
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