São Paulo, julho de 2023 — O que se pode esperar do mercado de trabalho no segundo semestre de 2023? A Robert Half, consultoria global de soluções em talentos, destaca sete tendências principais: o aquecimento do mercado de trabalho qualificado, a dificuldade no preenchimento de vagas em aberto, a posição privilegiada dos bons profissionais, o desafio da fidelidade, o foco na marca empregadora, a alternativa inteligente dos empregos temporários e o surgimento dos "pop-up campus" como meio para a capacitação. As expectativas refletem uma mudança no equilíbrio entre empregado e empregador.

Para aprofundar as discussões, orientar líderes empresariais, departamentos de RH e profissionais brasileiros, as perspectivas vão a seguir:

 

Escassez de trabalhadores qualificados

De acordo com a 24ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, a taxa de desemprego dos profissionais qualificados (a partir dos 25 anos com ensino superior completo) foi de apenas 4,1% ao final do primeiro trimestre de 2023. O índice de desocupação geral da população, que inclui essa categoria de profissional, foi de 8,8% no mesmo período.

“Ainda que o cenário econômico não tenha alcançado a estabilidade esperada pelo mercado, os níveis de desemprego abaixo dos 5% reforçam que a oferta de talentos disponíveis é escassa, já que a maioria dos bons profissionais está empregada. A consequência é prática: aqueles com bagagem técnica e comportamental apurada serão fortemente disputados entre as empresas”, evidencia Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul. 

Dificuldade em fechar vagas

Ainda não chegou a hora de as companhias preencherem suas vagas com facilidade, pois esbarram no déficit profissional que o Brasil enfrenta, visto que o volume de formação de profissionais não é capaz de suprir as exigências do mercado na velocidade que ele exige. Segundo dados do ICRH 24, 76,8% dos recrutadores estão com dificuldades para contratar profissionais qualificados. Entre os entrevistados, 66% acreditam que o cenário não deve mudar nos próximos seis meses, enquanto 20% dizem que ficará ainda mais desafiador.

Candidatos no comando

A tendência é que a dificuldade no preenchimento das vagas torne-se ainda maior e uma das razões é a forte posição dos profissionais. Amplamente empregados, os candidatos estão mais seguros em suas carreiras, têm mais clareza sobre seus objetivos profissionais e apresentam exigências cada vez mais altas para mudar de emprego.

“É preciso reforçar que as pessoas passaram por processos que alteraram profundamente suas perspectivas e desejos. Muitos profissionais seguem se perguntando se estão no emprego, carreira, cidade, ou até mesmo país, certos. Evidentemente, ocorreu uma mudança na percepção de equilíbrio na relação empregado/empregador e é natural que, com a evolução das empresas, os melhores profissionais busquem por espaços de trabalho onde se sintam bem e por empregos que de fato se adaptem à sua nova visão de vida”, alerta Mantovani.

Menos apetite para mudanças

Em contextos mais voláteis, ao receber sondagens ou propostas, alguns candidatos podem interromper a comunicação com o próximo empregador, apesar de um acordo verbal, e optar por continuar trabalhando com a antiga empresa. Parte deste cenário deve-se, provavelmente, a negociações realizadas com o empregador para a permanência no emprego. Diante dessas circunstâncias, recrutadores tendem a duvidar mais das intenções dos profissionais. 

Mais oportunidades para empregos temporários

Apesar da incerteza econômica, 47% dos recrutadores afirmam contar com profissionais contratados por tempo determinado e 40% dos profissionais alocados temporariamente nas empresas acreditam que terão mais oportunidades para atuar com projetos no próximo trimestre.

A relevância das oportunidades temporárias não deve ser subestimada: elas permitem que as empresas respirem nos períodos de pico, trazem expertise em situações estratégicas e podem ser uma solução quando cargos permanentes ficam vagos por um longo período. Ainda, profissionais que começam a trabalhar por meio de contratos com prazo determinado ganham muita experiência em diferentes áreas e setores, além de reforçar o networking.

 

“Pop-up campus”

A fim de amenizar os evidentes gargalos de qualificação com a capacitação interna de funcionários, as universidades corporativas estão em alta no mundo dos negócios. Em contrapartida, a expectativa de que o aprendizado híbrido seria uma acomodação temporária evoluiu para grandes empresas questionando o papel e o propósito de academias corporativas físicas.

Para que profissionais possam se envolver de onde estiverem, seja pessoalmente na sede da empresa, em coworkings ou de forma remota, “pop-up campus” devem ser encarados como alternativas. O conceito desses campi é flexível e se baseia na entrega de aprendizado onde o trabalho efetivamente acontece, abrangendo desde o uso de tecnologias de streaming até a criação de experiências de estúdio ao vivo.

Foco em identidade e valores

As empresas sempre têm que lidar com a indexação. Para isso, precisam controlar os custos salariais, mantendo-se simultaneamente competitivas no mercado de trabalho. Isso, é claro, não é simples em um mercado no qual se pagam altíssimos salários para atrair talentos. As empresas, portanto, tendem a se beneficiar de ter uma forte marca empregadora. Para muito além de alta remuneração e benefícios atrativos, os candidatos escolherão companhias por suas identidades e valores.

Dessa forma, o desafio de contar com profissionais alinhados à empresa, à vaga e ao perfil de gestão demanda investimento em processos de recrutamento estruturados e estratégicos. “O preenchimento de uma posição precisa ter como objetivo garantir, de forma ágil, que a empresa prospere por meio do conhecimento e da dedicação dos talentos certos, o que vai muito além de simplesmente ocupar uma cadeira. Mas, para isso, lembre-se que é fundamental que os profissionais tenham recursos e ambientes adequados para desenvolver todo o seu potencial”, completa o diretor-geral da Robert Half.


Sobre a Robert Half

É a primeira e maior empresa de soluções em talentos no mundo. Fundada em 1948, a empresa opera no Brasil selecionando profissionais permanentes e para projetos especializados nas áreas de finanças, contabilidade, mercado financeiro, seguros, engenharia, tecnologia, jurídico, recursos humanos, marketing e vendas e cargos de alta gestão. Com presença global e atuação na América do Norte, Europa, Ásia, América do Sul e Oceania, a Robert Half aparece em listas das empresas mais admiradas do mundo. A Robert Half é reconhecida, também, por seu compromisso de promover a igualdade e proporcionar uma cultura que apoia a diversidade.

Mais informações para a imprensa - Robert Half:

RPMA Comunicação
roberthalf@rpmacomunicacao.com.br
Giulia Szpektor (11) 94386-9965
Cassia Schittini (11) 97732-0294