A transformação digital já passou da fase de ser apenas um tema em evidência. Ela está presente em todos os locais. A grande prova disso é que você está consumindo um conteúdo digital neste instante.

Algumas empresas já entenderam essa necessidade e estão correndo para não ficar para trás. Já outras ainda têm resistência, questionando se isso realmente é necessário. O fato é que essa mudança causa uma expectativa crescente nos consumidores, que estão cada vez mais exigentes.

O que temos visto na Robert Half é que a tecnologia pode inovar qualquer modelo de negócio. Somente na América Latina, a previsão é de que mais de US$ 380 bilhões serão investidos na economia digital entre 2019 e 2020, de acordo com o IDC.

Ou seja, a transformação digital está acontecendo. O mercado precisa se preparar para lidar com essa necessidade, e você não pode ficar de fora, concorda? Então, descubra agora a importância desse novo mundo e como sua empresa pode se preparar.

Transformação digital nas empresas

A tecnologia tem influenciado desde operações manuais até a maneira como as pessoas se relacionam. De acordo com a pesquisa O Futuro do Trabalho, 67% das empresas já utilizam ferramentas digitais para gestão de tarefas, e 20% planejam adotar alguma no próximo ano.

Além disso, a mão de obra tem sido impactada por essa transformação. Em 2017, a atividade autônoma representava 35% da força de trabalho dos EUA, de acordo com uma reportagem da CNN. Empresas têm investido na contratação por projetos temporários para suprir as novas necessidades.

Essa revolução não é um avanço exclusivo das empresas de TI. As companhias estão vendendo pela internet, se relacionando pelas mídias digitais e integrando cada vez mais softwares para os processos operacionais.

Ou seja, não há um setor sequer que está imune à transformação digital. A empresa que não acompanhar essa revolução está fadada ao fracasso.

Afinal, o que é transformação digital?

A transformação digital refere-se ao crescente uso da tecnologia no dia a dia de todo indivíduo. Ela teve início no momento em que as informações analógicas foram substituídas pelas digitais. Essa mudança também tem influenciado fortemente novos modelos de negócios e a experiência do cliente.

Há menos de 10 anos, para assistir a um filme, era necessário se dirigir até uma locadora de vídeo e alugá-lo. Hoje, isso é possível com apenas alguns cliques mediante os serviços de streaming.

Mas essa mudança não foi um fato isolado do início dos anos 2000. A transformação digital continuou viabilizando as informações digitalizadas e ainda exerce forte influência sobre os processos empresariais.

Novas tecnologias têm possibilitado a oferta de serviços inovadores, o que aumenta as expectativas do cliente e potencializa o diferencial competitivo das empresas. Só no Brasil, já existem mais de 12 mil startups, segundo a Abstartups.

Desafios da transformação digital

Tudo isso deveria gerar senso de urgência em todo o meio corporativo. Contudo, essa nem sempre é a realidade. O excesso de controle e resistência à mudança ainda é um fator impeditivo para muitas companhias se manterem no mercado e melhorarem o desempenho.

Por isso, é necessária uma mudança no mindset de muitos gestores para enfrentar esses desafios. Confira os mais comuns.

Dificuldade de se adaptar

Toda essa mudança exige clareza sobre como a tecnologia pode melhorar o modelo de negócio e, por isso, requer um aprendizado em ritmo acelerado. No entanto, mudar demanda iniciativa para lidar com novos experimentos e implementações.

É preciso estar disposto a renunciar a rotinas que, muitas vezes, se perpetuam por anos e geram a sensação de que implantar novas tecnologias é um modismo desnecessário — testar possibilidades em um mundo desconhecido, mais ainda.

Quando uma empresa não inova, o único diferencial que lhe resta é brigar pelo menor preço, mas essa alternativa também já está com os dias contados.

Desde 2016, as companhias pretendem deixar de competir por preço baixo para investir na experiência do consumidor como um diferencial. Segundo uma pesquisa feita pela Gartner, 89% dos negócios, na época, já atuavam com esse objetivo.

Se o comportamento do consumidor mudou, não adianta manter as velhas práticas na busca de obter resultados diferentes, não é mesmo?

Falta de capital

As aplicações em softwares também são outro agravante. Afinal, uma planilha no Excel parece ser muito mais barata do que a mensalidade de um sistema sofisticado. Essa percepção impede uma visão estratégica sobre o retorno desses investimentos, já que a tecnologia pode aumentar a receita da empresa em até 70%.

As novas tecnologias trazem um resultado menor no começo, quando comparadas às que estão em evidência. Contudo, à medida que evoluem, acabam ultrapassando as atuais. Embora essa inovação requeira um investimento inicial, ela vem atrelada ao retorno positivo. Naturalmente, com os resultados que ela proporciona, o orçamento é estabilizado.

A única maneira de as companhias se manterem no mercado é revendo as metodologias engessadas. É preciso utilizar a tecnologia como uma aliada para continuar no mercado ou, até mesmo, crescer o negócio. Os taxistas, por exemplo, viveram uma crise com a chegada dos aplicativos de carros particulares. Enquanto alguns aceitaram a perda, outros se reinventaram ao adotar aplicativos semelhantes.

Excesso de controle

Muitas empresas ainda adotam uma liderança autocrática, em que o comando centraliza-se na chefia. Esse modelo de gestão dificulta a companhia de inovar, uma vez que não existe brainstorming — em outras palavras, tempestade de ideias.

Outro problema ocasionado por esse excesso de controle é que, geralmente, as empresas muito resistentes à transformação digital se sentem confortáveis em manter seus velhos métodos. Quando a empresa demora a entender a necessidade dessa adaptação, pode ser engolida pelo mercado.

Lembra da Kodak, que faliu por resistir ao avanço das câmeras digitais? O interessante, aqui, é que elas foram uma invenção da própria Kodak, mas, por medo de prejudicar sua liderança na venda de filmes fotográficos, a empresa demorou muito para levá-las ao mercado.

Medo da exposição

Inovação não é, necessariamente, desenvolver algo novo. É a habilidade de ajustar o negócio à medida que o mercado se modifica. Esse ajuste envolve criatividade, testes e adaptações, além da exposição de rotinas e procedimentos. O problema é que muitos gestores se apegam a planejamentos complexos, em vez de experimentar, na prática, os resultados de tudo isso.

Para implantar uma tecnologia nova na empresa, é necessário testar uma série de possibilidades para descobrir qual se adapta melhor à realidade da companhia e proporciona melhor custo-benefício. Toda ideia precisa ser submetida a questionamentos.

No entanto, se a empresa não estiver disposta a aprender com as dificuldades para melhorar os processos, como vai encontrar o modelo que gera mais resultado? Não é porque um sistema deu certo para uma companhia que dará certo para todas. Em vez de colocar a culpa em um algoritmo, as ações precisam se concentrar em resolver esses gaps.

Ter um profundo entendimento sobre o negócio vai ajudar a entender as necessidades do público, e acompanhar a transformação digital fará toda a diferença para esse mercado tão competitivo.

Importância da transformação digital

Uma pesquisa feita pela Deloitte apontou que 87% dos executivos brasileiros admitem que a transformação digital influenciará mais o mundo do que as ações governamentais. Um grande avanço, tendo em vista que o Brasil ainda está no 72º lugar do ranking mundial de países que influenciam a quarta revolução industrial, segundo o Fórum Econômico Mundial.

A inovação visa os diferenciais de um negócio para se tornar uma dominação forte da indústria. Um grande exemplo é o avanço do smartphone e como houve uma mudança abrupta das funcionalidades de um aparelho celular com a chegada do iPhone. Empresas que investem em tecnologia ganham diferencial competitivo porque adotam práticas que escalam seu negócio e melhoram seus resultados.

Confira algumas vantagens que já são visíveis em empresas que aderem à transformação digital.

Melhoria do relacionamento com o cliente

A tecnologia também influencia na otimização e qualidade dos processos. Por sistemas inteligentes, é possível estudar a fundo o comportamento do público-alvo para oferecer uma experiência cada vez mais próxima à que ele procura.

No atendimento ao cliente, a agilidade das respostas e as possibilidades multicanais também têm revolucionado esse mercado. Hoje, já existem softwares que possibilitam uma série de funcionalidades, como:

  • atendimento virtual;
  • triagem de solicitações;
  • respostas-padrão;
  • histórico de conversas;
  • controle de prazos;
  • formulários personalizados;
  • fluxos automáticos.

Isso aumenta a satisfação do público, pois é possível ter as solicitações atendidas de forma prática e rápida. A empresa que adota soluções como essas também investe na marca, o que aumenta o poder de reconhecimento do público. Uma pesquisa feita para avaliar o futuro da experiência do cliente no Brasil diz que 53% dos clientes expressam suas experiências com as marcas nas redes sociais.

Acompanhamento de métricas

Os softwares especializados ajudam a colher dados, mensurar resultados e transformar as ações em números. Assim, é necessário cada vez menos interação humana para medir o desempenho de uma área.

Sistemas que avaliam o negócio por indicadores de desempenho proporcionam mais agilidade em perceber se o objetivo traçado foi alcançado. Em poucos cliques, você tem acesso a métricas que ajudam a monitorar as ações com mais segurança, o que otimiza o planejamento estratégico.

Mas a grande vantagem não é só essa, e sim a inteligência competitiva que essas ferramentas proporcionam. As ações com base em achismos são substituídas por insights completos baseados em diferentes cenários. Imagine ter um sistema para ajudá-lo a resolver problemas complexos, como:

  • mensurar os resultados da equipe;
  • acompanhar a performance de um funcionário;
  • realizar processos seletivos mais estratégicos;
  • gerir o fluxo de caixa;
  • otimizar o uso do capital de giro;
  • atrair e reter clientes.

O consumidor mudou, e isso requer ações rápidas. Também significa que a sua tomada de decisão precisa ser mais certeira do que antes.

Automatização dos processos

Em consequência dessa mudança, os processos produtivos também precisam ser acelerados para atender a esse novo público. Assim, a automatização entra para ajudar com ações rápidas, eficientes e econômicas. O Business Process Management, por exemplo, é um sistema que coleta dados a fim de organizar as atividades e melhorar o fluxo de trabalho.

A principal consequência dessas soluções é o ganho de rendimento. Os sistemas de automação promovem um aumento eficaz da capacidade produtiva porque diminuem a perda de tempo com atividades que podem ser terceirizadas por um software.

Na prática, a companhia tem uma equipe reduzida que entrega mais resultado. Os sistemas de automação são ótimos aliados na gestão do tempo e no estabelecimento de prioridades. Além disso, colaboram com o aprimoramento das atividades ao permitir, por exemplo:

  • diminuição na repetição de tarefas;
  • melhoria da comunicação dos setores;
  • padronização de produtos e serviços;
  • clareza nos processos produtivos;
  • redução de custos.

Sistemas automatizados diminuem os custos com a mão de obra. Como têm uma série de funcionalidades, a quantidade de profissionais necessários é menor. Assim, não é preciso manter um setor inteiro com processos manuais. Além disso, o erro também diminui, uma vez que esses softwares são programados para executar tarefas objetivas.

As 4 principais tendências tecnológicas

A tecnologia continua causando uma disrupção em muitos modelos de negócios. Cada vez mais, tem-se investido em inovação para solucionar problemas complexos e transformar a experiência do consumidor em um momento único e memorável.

Por isso, é fundamental que as empresas entendam essa realidade para investir em estratégias mais avançadas do que as atuais. Então, conheça quatro tendências que podem impactar com ainda mais força o desenvolvimento desse mercado.

1. Big Data

A coleta de dados digitais vai muito além daquele relatório analítico da fatura do seu cartão de crédito. Cada vez mais informações são produzidas de forma aleatória, como os vídeos no YouTube e fotos no Facebook.

Então, o Big Data surge para gerenciar todo esse amontoado de dados. Em outras palavras, você reduz o custo com um controle intenso de informações e ganha dados muito mais certeiros. A partir de 2019, passamos a produzir uma demanda de dados digitais nunca vista na história — 90% deles foram produzidos nos últimos 2 anos, segundo a Sysorex.

Um exemplo é o People Analytics, um método inteligente que utiliza o Big Data para criar um banco de dados que prevê o comportamento de um candidato antes de ser contratado. Contudo, essa previsão é obra em parceria com outra tecnologia: a Inteligência Artificial.

2. Inteligência Artificial

Para entender melhor acerca da importância da Inteligência Artificial, esqueça tudo que aprendeu por meio de filmes de ficção científica. Não existe um robô planejando uma guerra, e você não vive em uma realidade alternativa.

A Inteligência Artificial do mundo real está no "Ok, Google" daquele reconhecimento de voz e no "Em que posso ajudar?" de um chatbot. Estamos falando de sistemas inteligentes que conseguem simular o raciocínio humano e a tomada de decisão.

3. Cloud computing

Cloud computing — ou computação na nuvem — é a tecnologia responsável por armazenar arquivos e processar dados pela internet. Por meio de um equipamento, você tem fácil acesso a um software que hospeda programas, informações e recursos.

Com o advento da nuvem, a presença de estruturas complexas para hardware se tornou desnecessária. Assim, você ganha espaço físico, diminui seu custo e ainda pode trabalhar de forma remota.

Essa tecnologia oferece três funcionalidades:

  • SaaS: acesso gratuito, com recursos limitados — como o Skype;
  • PaaS: desenvolvimento on demand, com integração de sistemas — como o Business Intelligence;
  • IaaS: utilização de dados sob demanda — como o Microsoft Azure.

4. Internet das Coisas

Já pensou abastecer seu carro pelo celular? Pois isso está perto de acontecer. A Atos — empresa líder em transformação digital — desenvolveu um protótipo que permite isso. O motorista se conecta à bomba por meio de um aplicativo, que faz todo o trabalho e, ainda, computa o pagamento.

A grande responsável por interações como essas é a Internet das Coisas, também conhecida como IoT. Sua finalidade é conectar objetos à rede mundial de computadores. Essa tecnologia pode ser uma excelente aliada para aqueles que buscam melhorar o atendimento e oferecer um relacionamento ainda humano.

Já pensou contar com um sistema inteligente que, antes de o consumidor perceber, identifique falhas e faça as próprias medidas de correção? A IoT pode fazer isso. Seria ótimo para deixar o cliente supersatisfeito, não acha?

Essa disrupção digital não deve ser considerada o fim de uma era, mas o começo de uma nova história. Eis que surgem outras oportunidades para serem reconsideradas na implementação de um negócio. Falaremos sobre isso agora.

Como repensar o seu negócio para a era digital

Como você pôde perceber, a transformação digital já está influenciando o mercado e as estratégias competitivas. Então, é hora de correr para implementar toda essa mudança. Para isso, o primeiro passo está na cultura organizacional.

Toda essa inovação precisa fazer parte do comportamento, costumes e hábitos de uma companhia. Isso permite experimentar novas metodologias e ajustar o processo, sempre que necessário.

Como implantar a transformação digital na sua empresa?

É preciso imergir no mundo digital para realizar essa transformação, repensando a melhoria dos produtos e serviços e entendendo a preferência do público e como sua empresa pode se posicionar para atender a essas necessidades.

Mas, como preparar a empresa para essa tendência do futuro do trabalho? Depois que essa nova mentalidade for estabelecida, é hora de fazer um esforço.

Atualize-se e teste

Ficar atento às tendências na sua área de atuação vai ajudá-lo a conhecer novas ferramentas e estratégias. Observe que utilizamos a palavra "testar", porque é um processo constante e que acarreta riscos. Você só saberá se tentar.

Então, mantenha-se sempre atualizado para acompanhar as novidades. Algumas dicas de fontes são:

  • jornais;
  • revistas;
  • fóruns;
  • canais no YouTube;
  • programas de TV;
  • LinkedIn;
  • eventos.

Implante novos métodos

Permita-se conhecer novas ferramentas. Estude aquelas que podem ser eficientes para o seu modelo de negócio. No entanto, de nada adianta inserir recursos digitais se o fluxo de trabalho continuar engessado.

Então, crie processos em torno dessa transformação digital. Todos os setores devem ser integrados nessa mudança, pois, assim, não haverá entraves quando os sistemas se interagirem.

Encoraje a equipe

A transformação digital ainda apresenta um futuro incerto. Por isso, é comum muitos profissionais terem medo de aderir às novas funcionalidades. Nem todos conhecem a importância dessa mudança e como a tecnologia vai facilitar a realização de tarefas e a entrega de resultados.

Vale a pena desenvolver programas de treinamento para adequá-los às novas práticas e incentivá-los nessa nova cultura. Afinal, a evolução global da Gig Economy é a prova de que o mercado de trabalho está mudando muito rapidamente.

Digitalize seu negócio

Com um modelo digital, será mais fácil escalar seu negócio e explorar novos mercados. Portanto, repense toda a sua estrutura e explore esse mundo de oportunidades. Incentive a virtualização para melhorar o desempenho da entrega do produto ou serviço.

A sua marca também precisa fazer parte dessa nova cultura. A criação de conteúdos online e o investimento em mídias digitais vão colaborar para aumentar sua presença digital e repensar parcerias. O público precisa sentir essa inovação na sua empresa.

Esse fenômeno que a transformação digital tem causado traz uma série de consequências. As pessoas mudaram a maneira como interagem, se comunicam e consomem. Por um lado, isso facilita o alcance dos resultados com a ajuda de novas tecnologias; por outro, requer uma mudança rápida.

O principal aliado dessa transição dentro das empresas é o próprio gestor. Se ele não entender a necessidade emergente dessa mudança, a companhia não conseguirá adotar um novo mindset, que influenciará a cultura e o posicionamento no mercado.

Então, é hora de abrir mão dos velhos costumes e despertar para novos modelos e tendências, pensando em maneiras de mudar processos e em como a tecnologia pode ajudar a escalar o negócio para a transformação digital.