Por Fernando Mantovani

As novas gerações já não se prendem mais pela ideia de construir longas carreiras em uma empresa. O que tem feito os olhos dos profissionais brilharem é o propósito das ações, a oportunidade de fazer a diferença como peças-chave de um projeto. Essa realidade tem mostrado, tanto para empresas quanto para profissionais, a importância e relevância dos profissionais para projetos - aqueles talentos colocados na equipe por prazo determinado para atender a uma necessidade especial. De acordo com 59% dos 387 líderes entrevistados para a 15º Edição do Índice de Confiança Robert Half - ICRH, esse tipo de solução tende a ser cada vez mais demandada daqui para frente.​

Área de tecnologia lidera a demanda

Nos momentos de incerteza da economia, como os que temos enfrentado, os profissionais para projetos são ainda mais estratégicos. É por meio deles que as organizações conseguem dar continuidade a projetos importantes, pontuais e necessários, sem inflar o quadro de colaboradores permanentes, equilibrando o headcount e mantendo a produtividade.

Em virtude da aceleração da transformação digital, a área de tecnologia é a que mais tem contratado profissionais especializados para executar projetos com data para início e término. As maiores demandas têm sido por desenvolvedores, analistas de cibersegurança e scrum master, em cargos que variam de analistas a diretores.

Por que as empresas contratam profissionais para projetos?

Liquidar um projeto pontual, com a certeza de cumprimento do prazo com qualidade dos resultados, é o que faz 40% dos 387 líderes entrevistados optarem pela contratação de profissionais para projetos. Mas esse profissional especializado também é solicitado diante das necessidades das organizações de se tornarem mais ágeis e flexíveis e aliviar a sobrecarga pontual das equipes. A falta de headcount, a imprevisibilidade econômica e a mudança de mindset da organização também são motivos citados pelos gestores.

Desafio é o que atrai os profissionais

Por ter um perfil “mão na massa”, que entra para resolver um problema, o profissional para projetos especializado pode ser cogitado para trabalhar em empresas fora do país, mesmo que remotamente. Essa possibilidade, inclusive, é o que atrai a atenção de 49% dos 387 profissionais entrevistados pelo 15º ICRH. Mas também há um anseio por projetos desafiadores, pela oportunidade de ampliar conhecimentos e networking, pela chance de ingressar na empresa dos sonhos, pela flexibilidade do modelo de contratação e pelo acesso a novas ferramentas.

Acredito que essa solução é a melhor estratégia para manter a organização em plena operação, independentemente dos imprevistos no decorrer da jornada. Pode ser uma oscilação na companhia ou no mercado, um pico de demanda, a ausência programada ou inesperada de um profissional-chave ou a necessidade de mão de obra especializada para projetos pontuais.

Seja qual for o caso, o profissional ganha com experiência e crescimento da remuneração de acordo com a especialização, enquanto a empresa se beneficia com acesso rápido a uma mão de obra qualificada. O mundo corporativo, por sua vez, ganha com um modelo de trabalho altamente inteligente, estratégico e flexível, totalmente alinhado às necessidades do presente e do futuro do trabalho.

*Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half para a América do Sul