Índice
- Cenário Atual e a Preferência pelo Trabalho Híbrido
- A Importância da Cultura Organizacional
- O Papel das Lideranças na Fortalecimento da Cultura Corporativa
Não é exagero dizer que saímos do cenário pandêmico, mas ele não saiu inteiramente de nós.
O estilo de vida estabelecido durante o período de confinamento, com home office e maior dedicação às demandas pessoais, familiares e domésticas, continua sendo praticado e valorizado por muitos profissionais. Produzir, sem renunciar à qualidade de vida, ao bem-estar e à saúde mental proporcionados por modelos de trabalho flexíveis, entrou para o topo das prioridades de grande parte dos trabalhadores.
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Cenário Atual e a Preferência pelo Trabalho Híbrido
Até recentemente, esse panorama agradava empregados e empregadores. De uns tempos para cá, porém, muitas empresas têm retomado ou planejam retomar o modelo integralmente presencial. Uma das principais expectativas é que essa retomada fortaleça a cultura organizacional. Há uma percepção crescente entre as companhias de que o trabalho a distância prejudica a adesão dos profissionais aos seus valores, crenças e objetivos.
A 24ª edição do Índice de Confiança Robert Half, baseada em uma sondagem com 1.161 profissionais, mostra que o esquema híbrido de trabalho ainda é o preferido pela maioria, tanto na visão das empresas quanto na opinião dos profissionais. Entre as companhias, 59% mesclam dias presenciais e remotos, enquanto 33% exigem presença diária e 8% seguem totalmente em home office. Entre os profissionais, 76% preferem o modelo híbrido, 18% o home office integral, e apenas 6% optam pelo modelo presencial full time.
A Importância da Cultura Organizacional
Diante desse quadro, o principal é compreender adequadamente o conceito de cultura organizacional e colocá-lo em prática. Funcionários e organizações bem sintonizados alcançam desempenho e resultados melhores. Criar, cultivar e fortalecer a cultura organizacional é um processo complexo e contínuo, que depende menos da convivência próxima entre os profissionais e mais de lideranças que inspirem e espalhem o “espírito” da empresa entre os liderados.
Um jeito simples de definir a cultura organizacional é que ela envolve e expressa o jeito de pensar e agir da empresa. É como se fosse a personalidade dela, que pode ser percebida por meio de suas crenças, valores, histórias e até pela logomarca e arquitetura do escritório. Esse conjunto de características baliza o comportamento dos times, para o bem e para o mal.
O Papel das Lideranças na Fortalecimento da Cultura Corporativa
O ponto de partida para construir a cultura corporativa é uma reflexão profunda sobre a missão, a visão e os valores da companhia. Quanto mais sólida e coerente for essa base, mais fácil será a assimilação da cultura corporativa. Se os valores exaltam a diversidade, mas o quadro funcional não reflete isso, a contradição pode abalar a credibilidade da empresa.
Uma vez construída, é hora de tornar e manter a cultura da empresa forte. Neste ponto, o papel das lideranças é fundamental. Elas são responsáveis pelo sucesso de medidas que revigoram a cultura corporativa, entre elas:
- Comunicação – dentro e fora da empresa, com clareza, transparência e alinhamento entre o discurso e a prática;
- Ética – líderes devem inspirar pelo exemplo diário de boa conduta e seriedade dos valores da corporação;
- Empatia – atender as necessidades dos funcionários é vital para o comprometimento. Flexibilidade é um dos principais mantras do mercado no momento;
- Integração – momentos de descontração e interação fomentam união e cooperação, além de aliviar a carga de estresse do dia a dia.
A convivência real ajuda a materializar a cultura corporativa, mas esse resultado pode também ser obtido com o modelo de trabalho híbrido e as recomendações acima. O mais importante é que os valores e as crenças da empresa sejam autênticos e mantidos vivos através da participação ativa das lideranças.
*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul