Gestão descentralizada acelera decisões e resultados
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Por Fernando Mantovani
Uma pandemia renitente, um conflito armado na Ucrânia e sem previsão de término, crise econômica aqui e em outros países, o suspense das eleições no Brasil. Em um ano marcado por tantos desafios, como está o otimismo do brasileiro em relação ao trabalho? O Índice de Confiança da Robert Half (ICRH) mapeou essa e outras questões em sua 20ª edição para identificar o sentimento dos profissionais qualificados a respeito de sua situação no mercado hoje e no futuro.
Lançado nesta semana, a 20ª edição do ICRH foi elaborada a partir de entrevistas com 387 profissionais ao longo do mês de maio, abrangendo três categorias: empregados permanentes, desempregados e recrutadores. Destaco, a seguir, as principais conclusões obtidas. Podemos enxergá-las com um certo otimismo, sobretudo se considerarmos o pano de fundo delicado em que estão inseridas.
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A confiança registrada pelo mercado de trabalho de profissionais qualificados está em alta, assim como esteve no trimestre passado. Um ligeiro crescimento no nível de confiança foi observado também quanto ao futuro, que delimitamos como os próximos seis meses. Em ambos os períodos, momento atual e futuro, porém, a pontuação ainda fica abaixo do patamar otimista. Apesar disso, a repetição da tendência ascendente em dois trimestres seguidos abre a possibilidade de em breve chegarmos lá.
Entre as três categorias pesquisadas, a dos recrutadores é a que se mostrou mais cética e apresentou queda na confiança em relação à economia e ao mercado de trabalho, mas ainda permanece em patamar otimista ao avaliar o futuro. Em contrapartida, os profissionais empregados alcançaram a sua maior pontuação na série histórica, apesar de ainda não terem atingido o cenário otimista.
Desempregados estão otimistas para o futuro
Na expectativa para os próximos seis meses, enxergamos alta somente na categoria dos profissionais desempregados. Essa percepção positiva de quem está em busca de emprego condiz com a realidade. A atividade econômica no primeiro trimestre de 2022 cresceu em comparação com o observado no mesmo período do ano anterior. Novas oportunidades de geração de emprego e renda foram criadas e houve aumento dos postos de trabalho formais.
Embora o ritmo de contratações tenha caído do último trimestre de 2021 para o primeiro trimestre de 2022, o saldo final foi positivo graças às micro e pequenas empresas. Organizações desse porte foram as que mais admitiram profissionais qualificados. Já os setores que mais contrataram durante o primeiro trimestre deste ano foram os de tecnologia, de atividades técnicas e de financeiras.
É importante frisar que a taxa de desemprego da população em geral tem caído e atingido os menores níveis desde 2015, especialmente entre os profissionais qualificados, conforme a Pnad do IBGE. O PIB, por sua vez, avançou 1,7% do quarto trimestre de 2021 para o primeiro trimestre de 2022. Como se vê, diversos índices apontam para um horizonte melhor. Para quem procura emprego, é hora de aproveitar e agir.
Como chamar a atenção de headhunters
Um dos caminhos para conquistar uma nova colocação no mercado são os headhunters. Não existe uma fórmula mágica para chamar a atenção deles, mas alguns cuidados fazem diferença e aumentam as chances de o profissional ingressar em um processo seletivo.
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Recomendo a observação dos seguintes pontos:
1) Papel do headhunter – ele trabalha para empresas que buscam profissionais no mercado, por isso não deve cobrar nenhum tipo de valor dos candidatos;
2) Consistência entre oferta e demanda – aposte em vagas que estejam alinhadas à sua formação e experiência, atendendo ao perfil desejado pelo contratante;
4) Currículo bem-feito – o conteúdo deve caber em duas páginas de Word, ser objetivo, transparente e confiável. Lembre-se que informações imprecisas depõem contra o candidato;
5) Visibilidade no LinkedIn – manter-se ativo nessa plataforma, comentando e compartilhando posts com frequência, e publicando o próprio conteúdo de vez em quando, é um ótimo modo de ver e ser visto;
6) Visão estratégica – se a vaga oferece boas perspectivas de aprendizado e crescimento, aceitar um salário menor pode ser interessante;
7) Controle da ansiedade – um processo seletivo pode ter imprevistos, levar mais tempo do que o esperado, além de ser sigiloso. Enviar diversas vezes o currículo ou insistir na obtenção de um feedback detalhado por parte do recrutador, pode mais atrapalhar o candidato do que o apoiar nessa busca pela posição.
Nunca é demais lembrar que mesmo os mais experientes e talentosos profissionais estão sujeitos a receberem negativas do mercado, pelos mais variados motivos. É fundamental saber persistir e fazer ajustes na estratégia de busca de empregos, se necessário.
*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul