Dia Internacional da Mulher: celebrando conquistas e acumulando desafios
Dia Internacional da Mulher: celebrando conquistas e acumulando desafios
Por Fernando Mantovani
Poucas datas comemorativas me parecem tão complexas quanto o Dia Internacional da Mulher. Ao lado de inúmeras conquistas e avanços que merecem celebração, como a lei aprovada em 2023 sobre igualdade salarial, ainda há muito a ser feito e melhorado. O fato de a exaustão feminina ser um dos assuntos mais debatidos no momento indica que o desafio segue imenso.
Em fevereiro de 2023, a Robert Half realizou uma sondagem sobre a equidade de gênero nas empresas. Foram entrevistados 1.161 pessoas, igualmente divididos em recrutadores e profissionais qualificados. Na visão de 48% das organizações, houve avanços na agenda de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no último ano.
Dentro desse grupo, 30% das empresas acreditam que os avanços foram significativos. Por outro lado, 38% se viram estagnadas. De acordo com o estudo, o foco das políticas de DEI nas empresas têm sido distribuído da seguinte maneira: Mulheres (73%), LGBTQIA+ (68%), Pessoas pretas (62%), PCD (59%) e Pessoas 50+ (37%).
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A equidade de gênero traz benefícios valiosos para as companhias. Entre elas, há o entendimento mútuo de que o principal envolve uma gestão mais humanizada. Reforço, por outro lado, que esse benefício resulta de vantagens da própria diversidade organizacional, não do estereótipo que associa a liderança das mulheres à benevolência e compaixão.
A percepção dos empregados sobre equidade de gênero difere levemente do olhar dos empregadores. Conforme a pesquisa, 63% dos profissionais entendem que formar uma organização igualitária na questão de gênero envolve ampliar a participação feminina no quadro de colaboradores.
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Ampliar a diversidade requer tempo, dedicação e transparência. Compartilho, a seguir, perguntas cruciais que as empresas precisam fazer antes de qualquer iniciativa dirigida à formação de um quadro funcional mais diverso. As respostas ajudam a formular e executar as estratégias dedicadas a essa missão:
1 - Qual é a demografia de nossa força de trabalho atual e quão bem sabemos disso?
2 - Até que ponto entendemos o conceito de DEI e podemos (incluindo nossos funcionários) influenciá-lo de maneira positiva?
3 - O que estamos fazendo atualmente para promover a DEI e como está funcionando?
4 - Qual é a nossa visão para o negócio daqui de cinco a dez anos?
5 - O que precisaremos mudar, ou fazer diferente, para concretizar esta visão com sucesso?
6 - Quais são os conjuntos de habilidades com os quais podemos ser flexíveis e do que realmente precisamos?
7 - Como isso nos permite trabalhar e combinar grupos mais sub-representados?
8 - Como comunicaremos nossos planos ao público interno e externo?
9 - Como mensurar se qualquer nova abordagem de DEI está funcionando?
10 - Existem organizações com experiência que podem nos ajudar nessa jornada?
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A busca por construir um ambiente igualitário em oportunidades e condições de trabalho engrandece a empresa e seus colaboradores. Antes mesmo de colher os resultados, o processo de pensar, discutir e implantar iniciativas aumenta o nível de maturidade da corporação. Ao final, o esforço certamente será recompensado com mais respeito, admiração e confiança entre todos.
*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul
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