O Mês do Orgulho oferece a oportunidade de celebrar os funcionários e o compromisso com a igualdade no local de trabalho. Garry Reynolds, Andreas L. Niehaus e Remi Gay conversa sobre como é possível melhorar a experiência LGBTQIA+ no trabalho.
Garry Reynolds: Comunidades marginalizadas ou que enfrentam discriminação muitas vezes têm uma perspectiva única e podem vivenciar coisas de maneira diferente como resultado. Pessoas que não tiveram muito contato com a comunidade LGBTQIA+ podem não estar cientes das suposições não intencionais que fazem. Por exemplo, quando me refiro a uma pessoa que é minha parceira sem identificar o gênero no passado, as pessoas muitas vezes respondem referindo-se a esta pessoa como mulher. Dado que essa suposição não é intencionalmente maliciosa, muitas vezes as pessoas não percebem esse viés. Esse é um exemplo de como as comunidades marginalizadas podem identificar preconceitos e usá-los para contribuir para a igualdade no ambiente de trabalho.
Andreas L. Niehaus: O que importa é você como ser humano, seu desempenho e sua paixão pelo que você e nós fazemos. Estou aqui há mais de quatro anos e tenho orgulho de dizer que não vi nenhum desses problemas na Robert Half ou na Protiviti.
Remi Gay: Empresas que realmente promovem a importância de apoiar a comunidade LGBTQIA+ são as que mais prosperam. Na última companhia em que trabalhei não havia nada acontecendo até que eu assumisse a responsabilidade e começasse a abordar o tema mais ativamente. Os grupos de afinidade são muito importantes e permitem com que todas as pessoas se sintam envolvidas e valorizadas.
Andreas: Ser aberta e receptiva a coisas novas e diferentes. E minha preferência é ouvir atentamente e deixar as pessoas falarem. Você não precisa ter as respostas imediatamente. Trabalhem em conjunto para criar ideias e soluções. Mas o mais importante é ouvir e depois agir.
Garry: Certifique-se de continuar aprendendo também, para apoiar colegas e pessoas que você gerencia. Por exemplo, considerar os pronomes é algo importante que ganhou destaque recentemente. Como mencionei anteriormente, já trabalhei em lugares onde dizia "meu parceiro" e as pessoas presumiam que se tratava de uma mulher. Acho importante garantir que as pessoas se sintam incluídas, seja por meio da educação ou de experiências. Participar de atividades como aliado e apenas mostrar apoio para que as pessoas saibam que você aceita pessoas LGBTQIA+, pois isso cria um senso de inclusão.
Andreas: Empatia é minha palavra favorita aqui. Coloque-se no lugar da outra pessoa. Comece com pequenas coisas. Precisamos pensar além do horizonte e aceitar que as pessoas podem ter preferências, ideias e desejos diferentes e, então, tentar tirar o melhor disso. Você não terá as ideias corretas 100% do tempo, mas as pessoas apreciarão muito se você tentar.
Garry: O Mês do Orgulho é uma celebração das nossas diferenças. E se você levar esse conceito para o ambiente de trabalho e apenas tiver aquele nível de compreensão de que temos experiências completamente diversas que podem trazer perspectivas únicas, isso pode contribuir de muitas maneiras.
Remi: Como já foi dito por aqui, saber ouvir é uma das habilidades mais vitais. É preciso cultivar um fórum aberto para a educação sobre o tema. Por vezes, ouvi comentários que demonstraram falta de compreensão, portanto, é preciso garantir que as pessoas não estejam fechadas para isso. Nossas origens são diferentes. É preciso abrir essas conversas para encorajar as pessoas a se sentirem incluídas. As lideranças precisam perguntar o que mais pode ser feito para oferecer mais apoio.
Garry: Algo que considero bem importante é comparecer e participar dos eventos. Isso realmente promove um ambiente de trabalho amigável. Além disso, é importante considerar intervenções onde for seguro e apropriado, seja para confrontar comentários potencialmente discriminatórios ou simplesmente para esclarecer situações. Muitas vezes, pessoas que enfrentaram marginalização ou discriminação podem ter dificuldade em se defender, então nossa intervenção pode ter um impacto direto e significativo. Há muitas emoções envolvidas. Portanto, se você estiver em uma posição onde possa fazer isso, acho que é uma coisa fantástica a se fazer, apenas intervir, se puder e ouvir e se sentir confortável para isso.
Andreas: É apenas ser tratado como qualquer outra pessoa. Sim, temos diferenças, mas também temos mais semelhanças que nos unem. Então, para mim, a ideia é celebrar o que nos torna mais parecidos, para que sejamos compreensivos e não discriminatórios em relação às diferenças que compartilhamos. Estou mais do que feliz em ter essas conversas com qualquer pessoa que queira se tornar aliada na causa. Podemos tomar um chá, almoçar, ou o que funcionar melhor para ajudar a aumentar o entendimento geral sobre o motivo de termos esses grupos e a importância deles.
Garry: Já tive clientes que usavam pronomes neutros (elu/delu) e é útil se as pessoas estiverem acostumadas a perguntar ou colocar seus pronomes na assinatura para que possam usar esses pronomes quando necessário.
Remi: Ter esses canais nos quais podemos informar e educar aqueles que não são especialistas no assunto é fundamental. As diferentes plataformas de comunicação que temos são uma ótima maneira de amplificar os grupos de afinidade, assim como contar a história de por que o Mês do Orgulho é importante.
Remi Gay é Gerente Sênior de Talent Solutions na Robert Half para a divisão de Finanças e Contabilidade, especificamente focada em colocações interinas qualificadas.
Garry Reynolds é Líder de Marketing e Relações Públicas para o Reino Unido, Irlanda e Emirados Árabes Unidos na Robert Half e atua na cidade de Manchester, no Reino Unido. Além de supervisionar as atividades de marketing e relações públicas da Robert Half em seus mercados de responsabilidade, ele também é membro fundador do BELONG UK, o Grupo Afinidade LGBTQIA+ da Robert Half.
Andreas L. Niehaus é Diretor de Serviços Imobiliários e de Ambientes de Trabalho para EMEA na Robert Half. Seu trabalho envolve garantir que os escritórios e ambientes de trabalho em geral apoiem melhor os negócios da Robert Half e da Protiviti.